Tomate é vilão da cesta básica na capital sergipana

Alta expressiva em Aracaju com 23,50% (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Em agosto, o preço dos gêneros alimentícios essenciais aumentou em 15 capitais das 17 onde o Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As maiores altas foram verificadas em Florianópolis (10,92%), Curitiba (4,69%) e Rio de Janeiro (4,09%). As quedas de preço foram apuradas em Natal (-1,64%) e Belo Horizonte (-0,66%).

Pelo segundo mês seguido, o maior valor para a cesta básica foi apurado em Porto Alegre (R$ 308,27). Depois na lista das mais caras aparecem São Paulo (R$ 306,02) e Rio de Janeiro (R$ 302,52). Os menores valores médios foram anotados em Aracaju (R$ 212,99), Salvador (R$ 225,23) e João Pessoa (R$ 233,36).

Os preços do tomate ainda apresentam tendência de alta em agosto. Houve aumentos em 15 das 17 capitais pesquisadas. As altas mais expressivas foram verificadas em Florianópolis (112,16%), Aracaju (23,50%) e Brasília (21,00%). Os recuos nos preços foram apurados em Natal (-10,13%) e João Pessoa (-1,20%).

Com base no custo apurado em Porto Alegre e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para a manutenção de um trabalhador e a família dele, suprindo gastos com alimentação, moradia, educação, vestuário, saúde, transportes, higiene, lazer e previdência social, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em agosto, o salário mínimo pago deveria ser de R$ 2.589,78, ou seja, 4,16 vezes o piso vigente. Com o aumento de preços no mês, este valor é maior do que o estimado em julho, quando ficou em R$ 2.519,97 (4,05 vezes o salário base). Em agosto de 2011, o salário mínimo necessário era de R$ 2.278,77 ou 4,18 vezes o valor mínimo em vigor na época, R$ 545,00.

Variações acumuladas

No acumulado do ano até agosto, todas as capitais apresentam alta nos preços médios dos alimentos. Das 17 capitais, 11 apresentam variações acima de 10%. Os aumentos mais significativos foram verficados em Aracaju (16,89%), Rio de Janeiro (15,07%) e Brasília (14,77%).

Nos últimos 12 meses, de setembro de 2011 a agosto deste ano, o custo médio da cesta de alimentos aumentou fortemente em todas as capitais pesquisadas, com destaque para Vitória (19,64%), Rio de Janeiro (19,53%) e Fortaleza (19,22%). Os menores aumentos foram anotados em Salvador (7,59%), Natal (9,85%) e Belém (11,32%).

Cesta x salário mínimo

A alta de preços na maioria das capitais determinou o aumento do tempo de trabalho necessário para comprar a cesta básica em agosto. Para adquirir o conjunto de produtos alimentícios essenciais, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou trabalhar, em média, 95 horas e 03 minutos, pouco mais de 3 horas do tempo necessário em julho. Em agosto de 2011, a jornada média de trabalho exigida para a compra da cesta somava 94 horas e 38 minutos.

Quando a relação é feita com o salário mínimo líquido, ou seja após desconto da parcela correspondente à Previdência, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em agosto deste ano, 46,96% dos vencimentos com a compra da cesta básica, percentual maior do que o exigido em julho (45,85%) e também do que o exigido no mesmo período do ano passado, quando correspondia a 46,76% do salário mínimo liquido vigente.

O preço do arroz subiu em Aracaju (-0,43%)

Comportamento dos preços

O aumento dos preços da cesta básica em agosto teve, entre as maiores influências, o comportamento apurado para os seguintes produtos: pão francês, farinha, tomate e açúcar. Em agosto, o preço do pão francês aumentou em todas as capitais pesquisadas, com as taxas mais significativas em Vitória (3,32%), João Pessoa (3,16%) e Natal (2,92%). Os menores aumentos no mês foram anotados em Belo Horizonte (0,14%), Aracaju (0,43%) e Porto Alegre (0,48%).

Em relação a agosto de 2011, os preços do produto aumentaram em 16 capitais, algumas com taxas bem expressivas como, por exemplo, Vitória (17,11%), Natal (13,66%) e Manaus (10,93%). Esses movimentos podem estar relacionados ao aumento de preços do trigo, que pode influenciar positivamente os preços ao consumidor final.

Tanto os preços da farinha de trigo quando o da mandioca aumentaram em dezesseis capitais pesquisadas. Os maiores aumentos no mês localizaram-se em Florianópolis (6,37%), Recife (4,36%) e Vitória (4,21%). A única queda verificada no mês foi em Brasília (-3,09%). A evolução dos preços nos últimos meses tem sido marcada por fortes altas nos preços do trigo no mercado internacional, devido a secas e restrições de oferta nos principais países produtores.

Os preços do açúcar subiram em 13 capitais. As maiores elevações ocorreram em Salvador (7,53%), Fortaleza (5,15%) e Vitória (4,19%). As quedas de preços no mês foram apuradas em Brasília (-5,84%), Goiânia (-5,26%) e Manaus (-3,14%). Em relação ao mesmo período do ano passado, o preço do produto apresenta queda em todas as capitais pesquisadas, oscilando entre -0,48%, em Natal, e -15,53%, em Manaus.

O preço da carne bovina, produto de maior peso na cesta de alimentos, fechou agosto com alta em nove capitais. Os principais aumentos foram apurados em Florianópolis (5,40%), Natal (2,49%) e Goiânia (2,41%). As quedas ocorreram em Vitória (-1,56%), Rio de Janeiro (-1,46%) e Belém (-1,37%). No acumulado do ano até agosto, em 13 capitais, foram apuradas quedas nos preços do produto, as principais em Goiânia (-15,92%), Vitória (-11,40%) e Recife (-8,92%). Os aumentos foram anotados em Salvador (7,24%), Aracaju (7,16%), Florianópolis (3,71%) e Brasília (1,84%).

O preço do feijão diminuiu em 11 cidades pesquisadas. As quedas mais expressivas foram observadas em Belo Horizonte (-16,25), Natal (-12,64%) e Recife (-11,85%). Os aumentos no mês foram apurados em cinco localidades: Curitiba (3,25%), Florianópolis (3,05%), Vitória (2,61%), Porto Alegre (2,49%) e Brasília (1,97%).

As quedas no mês ainda não foram suficientes para anular tendência de alta em 2012. Desde o inicio do ano, o preço do feijão acumula aumentos em todas as 17 capitais brasileiras pesquisadas. As altas mais expressivas foram apuradas em Belém (61,33%), Aracaju (61,07%) e Rio de Janeiro (43,08%). Os aumentos nos preços ainda refletem as adversidades climáticas que determinaram quebras de safra nas principais regiões produtoras.

O preço do arroz subiu em 11 cidades pesquisadas. As maiores altas foram verificadas em Recife (10,65%), Salvador (7,94%) e Curitiba (3,93%). As quedas foram apuradas em Brasília (-7,80%), Manaus (-2,44%), Florianópolis (-1,38%) e Aracaju (-0,43%).

Assim como no caso do feijão, quando se compara períodos mais longos, verifica-se alta nos preços em todas as capitais. Em relação ao mesmo período do ano passado, as altas mais significativas no preço do produto foram registradas em Florianópolis (24,28%), Porto Alegre (21,29%) e Curitiba (20,92%). Os preços do produto para o consumidor final também vêm refletindo os impactos na diminuição da área plantada na safra 2011/2012, o que acarretou diminuições na produção nacional do grão.

Fonte: Ascom Dieese

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