Trabalhador gasta mais de 20% do salário para pagar conta de luz

Para o economista, o que se torna ainda mais preocupante é quando se une as contas de água e luz (Foto: arquivo/ Portal Infonet)

Com o novo reajuste na conta de energia elétrica que entrou em vigor na última segunda-feira, 22, alguns trabalhadores irão ter que destinar uma parcela significativa do salário para o pagamento da fatura. Segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Luiz Moura, o acumulado de reajustes na conta de luz nos últimos anos afeta principalmente os cidadãos que ganham um salário mínimo.

Moura destaca que embora o aumento mais recente tenha ficado próximo a inflação, o total de reajustes que a conta de luz passou nos últimos dez anos tem ‘apertado’ o orçamento do trabalhador. “Muitas famílias, especialmente aquelas que ganham um salário mínimo e não têm a tarifa social, passaram a destinar uma maior parte do salário para pagar a conta de energia elétrica”, lamenta.

Luiz Moura, economista do Dieese (Foto: arquivo/ Portal Infonet)

Ainda segundo o economista, se a energia aumentou mais do que o salário então cresceu também a proporção do gasto. “Infelizmente há alguns trabalhadores que estão gastando em média entre 20% e 30% do salário com energia”, pontua. O que pode ser observado ainda, segundo Moura, é o atraso no pagamento da fatura. Segundo ele, muitos não têm condições de arcar com o valor da conta na data de vencimento da fatura. “O peso do item energia é muito significativo. Quem ganha um salário já recebe menos de R$ 900 devido a alguns descontos, como o de previdência, por exemplo. Se a conta de luz é acima de R$ 50, quase 10% do valor do salário é somente para pagar a fatura”, explica.

Para o economista, o que se torna ainda mais preocupante é quando se une as contas de água e luz. “Ambos os serviços são indispensáveis para o cidadão. Mas ao destinar boa parte do que se ganha para mantê-los o cidadão às vezes fica com os recursos limitados para outras áreas, como alimentação”, salienta. “Esse reajuste não foi dos piores, mas no acumulado a energia teve um aumento bem acima da inflação e isso acaba pesando no bolso do consumidor’’, destaca.

por João Paulo Schneider

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