“O que está no ar é algo muito grave e isso precisa ser apurado. Contudo, é preciso evitar precipitações, para não atingir pessoas inocentes. O que já está aí, exposto, são declarações claras de utilização do poder para a obtenção do caixa dois para campanhas eleitorais e empresas privadas beneficiadas com recursos públicos. Isso nos induz a pensar que a melhor proposta para o Brasil, hoje, é o financiamento público de campanha. Isso reduziria a concorrência. Pode ser uma saída, pois sempre quem está no poder tem mais facilidade de arrecadar que aqueles que fazem oposição ou estão em partidos pequenos. As facilidades são inúmeras”. O comentário é do senador Antônio Carlos Valadares (PSB), em sua primeira entrevista sobre o assunto.
O senador disse que não tem problemas com CPIs. “Todas que passaram por mim quando estava no Congresso Nacional assinei. Acho que elas são instrumentos salutares de apuração de fatos que merecem ser apurados. Nunca, porém, estive como membro de nenhuma delas, pois sempre optei por fazer os meus discursos e defender os meus projetos ou aqueles que interessam diretamente ao Estado de Sergipe”, argumentou.
Valadares lembrou que subescreveu as CPIs do Bingo e as atuais e que não poderia, de momento algum, deixar de dar o seu apoio à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o pagamento do “mensalão”. Segundo ele, “qualquer iniciativa para investigar algo suspeito, pode contar com o seu apoio”, embora entenda que existe uma “festival de denúncias” que precisam ser apuradas e que, por isso, se nega a fazer julgamento prévio.
“Eu apresentei ao Congresso Nacional a CPI dos Bancos, no Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que derrubaram na Justiça. As atuais investigações, estou acompanhando e esperando que a verdade dos fatos seja posta para o conhecimento de todos. O meu desejo é ver todos os culpados pelas ilegalidades punidos severamente. Não gostaria que isso tudo acabasse em pizza, como aconteceu num passado bastante recente”, comentou.
O senador sergipano afirmou ainda que o fim das CPIs sem culpados tem atingido muito os políticos brasileiros e, por isso, além do comportamento irregular de alguns parlamentares, mantém consigo o mesmo anseio popular, o de que “quem pecou deve pagar”. Valadares acredita que as investigações dos Correios e do Mensalão vão apontar as causas e os caminhos para a definição de uma legislação para coibir os abusos e as fraudes eleitorais.
“Eu não posso acusar ninguém precipitadamente, mas defendo que todos os acusados sejam investigados”, afirmou. Tudo o que já foi exposto pelos depoimentos, para Valadares, é muito grave e terá conseqüências, mas “não vamos nos precipitar em afirmar que todo mundo que está sendo acusado participou, sabia ou finge nada entender sobre o caso hoje. A melhor posição, a mais correta hoje, é aguardar o processo de investigação, que aposto quer vai acontecer com seriedade, para depois dizer se houve ou não justiça no processo de investigação. No momento, a melhor coisa é apostar na seriedade dos trabalhos investigativos, no mais, é tudo precipitação. Mas não há como negar quem tem gente culpada nisso tudo”, concluiu.
Por Eugênio Nascimento
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