Vale vende projeto Carnalita a grupo americano

Usina Taquari-Vassouras e Projeto Carnalita estão entre os ativos de fertilizantes vendidos pela Vale ao grupo Mosaic (Foto: Vieira Neto)

A Vale vendeu seus ativos de fertilizantes ao grupo americano The Mosaic Company. A venda, que foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 1º, envolve o projeto Carnalita e a Usina Taquari-Vassouras, em Sergipe.

O assessor especial do Governo do Estado, Oliveira Júnior, explica que há a expectativa de que o grupo americano mantenha os projetos de exploração do potássio em Sergipe. “A gente espera que Mosaic dê continuidade aos projetos em Sergipe com maior vigor financeiro. A Vale tinha dificuldade com investimentos e os negócios com potássio tinham uma participação relativamente pequena, já que o foco da empresa era o minério de ferro. A Mosaic é tipicamente uma empresa de fertilizantes, então, abre-se a esperança de aumentar fabricação de potássio em Sergipe”, explica.

A produção de Potássio (matéria-prima de fertilizantes) feita pela Vale em Sergipe  acontecia por meio da exploração do minério silvinita, na usina Taquari- Vassouras, em Rosário do Catete. Já a exploração da carnalita, minério do qual também se produz o potássio, é parte de um projeto da Vale que prevê a extração no subsolo de uma área entra Capela e Japaratuba. Hoje, o Brasil importa aproximadamente 90% do potássio que utiliza na agricultura.

A venda dos ativos de fertilizantes da Vale no Brasil foi aprovada sem restrições pela Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Também fazem parte da venda os ativos de fosfatados localizados no Brasil, exceto os baseados em Cubatão; a sua participação em Bayóvar, no Peru; e o projeto de potássio no Canadá (Kronau). A transação com a Mosaic totalizou aproximadamente US$ 2,5 bilhões. A vale receberá US$ 1,25 bilhão e 11% das ações da empresa.

Quando anunciou a venda, a Vale disse que a parceria com a Mosaic adicionaria valor substancial aos seus acionistas, fortalecendo sua exposição da ao mercado mundial de fertilizantes, particularmente nas grandes regiões agrícolas de alto crescimento da América do Norte e do Brasil. Na época, a Vale também disse que continuaria com seu programa de desinvestimento e que usaria os recursos provenientes desta venda para reduzir sua dívida, ao mesmo tempo em que permaneceria exposta ao negócio de fertilizantes através da participação estratégica na Mosaic.

Por Verlane Estácio