O vereador Antônio Gois (PT) fez uso da tribuna da Câmara de Vereadores de Aracaju, na sessão realizada ontem, dia 24, para criticar a manutenção da atual tabela do Imposto de Renda, que, segundo ele, “só faz corroer ainda mais o já arrochado salário do trabalhador brasileiro”. Goisinho também salientou que não viu motivo algum para comemorar os números da Receita Federal, que dão conta de que até o dia 30 de abril de 2004 o número de declarações de Imposto de Renda no Nordeste aumentou em 125 mil em relação ao ano passado. “Se formos analisar esse dado relacionando-o a uma economia que não cresce e onde a taxa de desemprego só faz aumentar, o crescimento no número de declarações daqueles que têm renda superior a R$ 1058,00 e são obrigados a declarar Imposto de Renda é uma notícia triste porque significa dizer que mais trabalhadores assalariados entraram na faixa dos que pagam imposto por falta de correção na tabela, que desde 1995 é a mesma”, explicou o vereador. Para exemplificar a situação o vereador fez a seguinte exposição: um trabalhador que teve um reajuste mínimo no seu salário de R$ 1058,00 e passou a ganhar R$ 1100,00; com o IR, ela irá ganhar menos que antes de receber o aumento porque terá desconto de 15%, passando a ter, no final das contas, um salário inferior ao de antes. Para que ele não tivesse prejuízo, seu salário teria que ter um reajuste mínimo de 16%; e nenhum trabalhador brasileiro teve aumento salarial superior a 16% este ano. “O pior é que mesmo diante desta realidade perversa para o trabalhador, o ministro da Economia, Antônio Palocci, já declarou que não sabe se será possível, em 2005, reajustar a tabela do IR”, lamenta o parlamentar. Agora, o vereador petista está solicitando o apoio dos demais vereadores para um requerimento que pretende encaminhar à Brasília pedindo pressa na votação e aprovação no projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e que corrige a tabela do IR em 58,5%, que é a sua defasagem desde 1995, além da correção nas alíquotas de descontos dos gastos com planos de saúde e escolas, que também se encontram defasadas. “É preciso que todos nós, que fazemos política neste país e defendemos uma política econômica mais justa, mostremos ao Governo Federal a necessidade de se reajustar a tabela do Imposto de Renda em pelo menos 58,5%”, afirmou Góis.
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