Alunos e professores criticam modelo de ensino integral

Alunos e professores vão à Assembleia Legislativa (Foto: Portal Infonet)

Alunos, professores e membros do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese) foram à Assembleia Legislativa (Alese), para reclamar do processo da implementação do ensino integral de nível médio em 25 escolas públicas da rede estadual.

A afirmação é de que não houve diálogo com professores e a comunidade estudantil. De acordo com a diretora executiva do Sintese, Cláudia Oliveira, as promessas são de melhoria no ensino, mas que é diferente na prática. “Fomos às escolas, não chegaram os recursos, reformas não aconteceram. A maioria não têm laboratórios, bibliotecas, quadras de esportes. Passar anos aguardando essas melhorias vai ser ruim, e vemos redução no repasse de verbas”, explicou.

Diretora executiva do Sintese, Cláudia Oliveira afirma que escolas não possuem estrutura (Foto: Portal Infonet)

Com a alteração no modelo, escolas que possuíam também ensino fundamental, contam apenas com o médio. A deputada Ana Lúcia (PT), professora do magistério, também criticou a medida do Governo do Estado. “Essa é uma contradição do governo de Jackson Barreto, que lutou pela redemocratização do país, aderir uma formação a partir do capital. É uma capacitação orientada por uma empresa privada, feita de forma ‘aligeirada’. Nossas escolas não têm a mímina condição para que nossos jovens passem 9h30 por dia lá. Não têm vestiário, refeitório decente, espaços de descanso após o almoço. Os alunos não são máquinas. Além disso, eventos da arte, estética e cultura são feitos apenas em episódios”, reclamou.

A meta da Secretaria de Estado da Educação (Seed) é que até 2020, 50 escolas estaduais sigam o modelo de ensino integral, conforme previsto no Plano Nacional de Educação (PNE).

Professor Paulo Sérgio fala em "processo difícil" (Foto: Portal Infonet)

Paulo Sérgio Gomes, professor de História do Colégio Estadual Francisco Rosa, no conjunto Bugio, zona norte da capital, fala em “processo difícil”. “Não tivemos reunião com a secretaria, inclusive as coisas estão sendo feitas de maneira escondida. Não segue os critérios da regulamentação das reuniões de conselho. Os membros foram avisados da reunião 2h antes da reunião, e a previsão é que haja um prazo mínimo de 72h. Nossa escola não passa por reformas há 20 anos, e hoje fazem pequenos reparos”, disse. “Além disso, os professores da casa não sabem para onde serão transferidos”.

Nossa equipe procurou a assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Educação, mas não tivemos nossas ligações atendidas. Estamos à disposição pelo e-mail jornalismo@infonet.com.br e pelo telefone 2106-8000.

Por Victor Siqueira

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