O hall da Reitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS) foi tomado por estudantes, professores e técnicos da instituição em ato contra as declarações do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que desqualificou a Universidade em entrevista recente a um canal fechado de televisão, fazendo uma comparação com a Universidade Tiradentes (privada). A comunidade acadêmica utilizou cartazes e manifestações como poemas para defender a UFS.

O ministro, durante a entrevista no dia 1º de maio, alegou que a UFS tem um montante de recursos superior a R$ 900 milhões e desempenho da comunidade acadêmica menor que a instituição privada usada na comparação. Além dessa citação, o ministro afirmou que não havia cursos de mestrado ou doutorado com nota 5 (a melhor avaliação) em Sergipe. A UFS, em nota, rebateu as declarações. Disse que possui 54 programas de Pós-Graduação, quatro deles com nota 5 pela Capes, e que aproximadamente 90% dos alunos de mestrado (1.511) e doutorado (724) do estado de Sergipe são da UFS. A Instituição também afirmou que “os recursos destinados ao funcionamento dos 113 cursos de graduação, 70 cursos de pós-graduação e à assistência estudantil previstos para 2019 somam pouco mais de 100 milhões”, informou em nota.

Na manifestação desta sexta-feira, 3, o coordenador geral do Sindicato dos Técnicos Administrativos da UFS, Wagner Vieira, criticou o ministro. “Por ser uma figura pública, vir a uma rede de televisão daquela dimensão e falar aquelas mentiras, é um absurdo. Mesmo que o orçamento seja maior, como ele diz, nós pagamos folha de funcionários, aposentados e temos dois hospitais ligados a nossa universidade. É uma comparação que não se faz, pura asneira”, entende.

Os sindicatos dos técnicos administrativos e dos professores também estão tentando mobilizar os parlamentares sergipanos contra o ministro e, inclusive, afirmaram que vão pedir nos Supremos Tribunais de Justiça e Federal, processos de improbidade administrativa do ministro. Um novo ato vai acontecer na próxima segunda-feira, 6, ainda sem horário definido.

Por Ícaro Novaes