Alunos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) foram às ruas na tarde desta quinta-feira, 30, para protestar contra os cortes na Educação e em defesa das pesquisas científicas. Segundo os manifestantes, sem dinheiro para a UFS, não haverá assistência estudantil, incentivo à iniciação científica, tampouco um progresso para o país. Os estudantes se concentraram na praça General Valadão e seguiram em passeata por algumas ruas do centro da capital.
“A gente está aqui nas ruas porque a situação da universidade está ficando insustentável com esse governo”, informa a estudante do 3º período de Publicidade & Propaganda da UFS, Thalia Santos. Segundo ela, é necessário que os estudantes tomem às ruas para demonstrar que estão insatisfeitos com os desmandos do Ministério da Educação (MEC). “Eu às vezes não entendo o porquê de tantos cortes. Isso é muito triste”, desabafa.
Thalia diz que sem apoio da universidade, por meio das bolsas, ficará difícil conseguir terminar a graduação. “Eu sou da Bahia. Eu vim para Sergipe estudar. Se esses cortes continuarem, e cortarem a bolsa, minha permanência na universidade está completamente ameaçada”, lamenta. A jovem diz que solicitou há alguns meses um bolsa para ajudar nos custeios com moradia e alimentação, mas que até o momento não recebeu resposta. “Eu solicitei uma bolsa e estou esperando um retorno. Meu receio é a Universidade entrar em greve antes da bolsa sair. Minha família não pode me ajudar. Minha mãe é autônoma e o meu pai é garçom”, explica.
O estudante do 3º período de Ciências Econômicas da UFS diz que a universidade já dá sinais negativos em referência ao corte de 30% anunciado pelo MEC. “O corte afeta como um todo. O meu curso, por exemplo, não foge à regra. Muitas bolsas de pesquisas e de monitoria não estão sendo ofertadas”, diz. Humberto relata que alguns serviços essenciais, como o de limpeza, não estão sendo bem executados pela instituição de ensino. “A limpeza do campus de São Cristóvão já está totalmente comprometida devido esses cortes”, afirma.
Para Humberto é bastante triste saber que as universidades públicas são alvos de tantos cortes sendo que elas contribuem para o desenvolvimento científico do Brasil. “As universidades federais me motivam. Mais de 80% de toda a ciência que é produzida vêm delas”, afirma. Ainda segundo ele, investir na educação é projetar um futuro digno para uma nação. “Educação é um investimento a longo prazo que trará benefícios para o futuro e que pode melhorar a vida de todos nós”, comenta.
por João Paulo Schneider e Verlane Estácio
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