Entre os estudantes que acumulam as melhores classificações no último vestibular da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o consenso é de que para se dar bem na prova vale mais que apenas o domínio do conteúdo. O preparo psicológico é apontado como o melhor aliado na hora de responder as questões dos exames. É claro que dizer isso de uma forma simples pode gerar desconfiança, mas a garantia vem de gente que acumula certa experiência nas provas. Reprovação é o momento de se auto-avaliar, segundo os estudantes (Fotos: Portal Infonet)
Foi apenas no quarto vestibular que Kaio Bernardes de Almeida conseguiu pontuação suficiente para conquistar o primeiro lugar na classificação geral do processo seletivo. O caso dele difere dos demais porque Kaio vê nas provas uma espécie de hobby. Atualmente ele está no nono período do curso de Medicina, também na UFS. Na época desse primeiro vestibular o estudante foi aprovado na 9ª colocação geral.
“A diferença do primeiro vestibular até hoje é, sem dúvida alguma, o preparo psicológico”, teoriza Kaio. “A atenção é muito importante, vestibular não é só conhecimento”, acrescenta. Aos que pleiteiam a tão sonhada vaga na universidade ele diz que é sempre bom zerar as dúvidas e praticar sempre os exercícios. “Nunca fui de priorizar uma matéria. Estudava todas da mesma forma. A gente nunca pode achar que sabe de tudo. Isso estimula a buscar mais conhecimento”, recomenda.
Kaio Bernardes ressalta o preparo psicológico do candidato
Aos que acreditam que abdicar completamente da vida social é a melhor saída o estudante diz que vale a pena equilibrar as atividades de lazer, como as baladas, por exemplo, com os momentos de estudo. “O candidato não se deve deixar levar pela pressão. É bom sempre consultar os professores para conhecer suas fraquezas. Mas o estudante deve reconhecer a hora de abrir mão de algumas coisas para ser vitorioso”, ressalta.
Insistência
Os amigos Thales Sampaio e Helaina Gurgel viram o sonho da aprovação em Medicina ser adiado por dois anos. Depois das duas tentativas anteriores, quando ficavam no grupo dos excedentes, eles conseguiram se superar e atingiram, respectivamente, a quarta e a sexta colocação geral. O segredo? “Humildade para começar tudo de novo e, claro, perseverança”, dispara Helaina.
“Ninguém quer começar tudo de novo, mas o nosso pensamento sempre foi fazer melhor, começar a ver tudo como se nunca tivesse visto antes”, acrescenta Thales. Juntos à Mônica Wolf, que conquistou oitava classificação geral, o trio de amigos acabou se ajudando não só na hora das dúvidas, mas nos momentos iniciais de cada dia de prova quando as conversas, excluindo-se o principal tema do dia, buscavam proporcionar maior tranquilidade. Thales e Helaina: o sonho adiado por dois anos tornou-se realidade
“A gente nunca se viu como concorrente. Sempre acreditamos que iríamos os três comemorar aprovação”, destaca Helaina. Ambos concordam que a tranquilidade é componente essencial para se atingir o melhor resultado. “Acho que 30% do resultado se deve a isso”, diz Thales, que além de sessões de acupuntura dedicou algumas horas dos dias de estudo para relaxar. Nos anos anteriores a rotina era mais desgastante, com os estudos se prolongando pelos finais de semana. “Se a pessoa se organiza, consegue tempo para tudo, inclusive sair com os amigos e namorar”, afirma.
Os dois acreditam na tese de que não há colégio perfeito, que estudar de véspera não ajuda muito e aproveitar o apoio dos professores também é crucial. No caso da reprovação, o primeiro passo é tentar enxergar os erros e não cometê-los novamente. “Vestibular também é foco”, define Thales. Leonardo destaca que o estudante deve equilibrar estudos e vida social
Equilíbrio entre estudo e vida social
Por outro lado, Leonardo de Carvalho credita parte da sua aprovação em 4º lugar geral – e em 3º para o curso de Engenharia Civil – ao fato de ter mudado de colégio. Segundo ele a medida pode ser necessária caso o estudante perceba que o método de ensino seja aquém daquilo que ele espera. A fórmula é a combinação da educação de base, com o apoio da família e um bom colégio, ou método de ensino.
“Não sei se estudar sozinho em casa é uma boa idéia. Acredito que o acompanhamento é fundamental, principalmente para você perceber onde mora sua fraqueza”, explica. Ele só conseguiu aprovação na UFS no segundo vestibular. “A maior lição que tive foi que é preciso focar no que você quer. Além disso, tem que haver equilíbrio: estudar é importante, mas ficar enfurnado em casa não ajuda”, assevera.
Por Diógenes de Souza
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