Arquitetura: uma arte para toda a vida

Profissão

Em Sergipe, o curso de Arquitetura e Urbanismo é ministrado na Universidade Tiradentes desde 1995 e, recentemente, foi implantado também na Universidade Federal de Sergipe. Em média, o curso tem duração de quatro anos e meio e seu objetivo é formar profissionais capazes de proporcionar melhor suporte em construções públicas e privadas, bem como de melhorar a aparência dos ambientes. “Além do compromisso físico-estrutural, há um compromisso com a estética dos ambientes”, diz Ézio.

Ele explica ainda que, antes da criação de um curso no Estado, os profissionais que aqui estavam eram – em sua maioria – vindos de fora e não conheciam a problemática local. “Muitos sergipanos fizeram cursos fora e, com eles, pessoas que não conheciam questões locais integraram o ramo. Foi um período muito difícil porque ainda não havia uma concretização do trabalho do arquiteto e a população acreditava que essa era uma profissão que estava ligada apenas às pessoas da alta sociedade, estava associada a luxo. Porém, com o lançamento do curso no Estado, houve uma quebra do paradigma de que a arquitetura é luxo”, diz.

Segundo ele, ao contrário do que muitos imaginam, ser arquiteto não é ser desenhista. “Infelizmente, a linguagem do desenho é desprezada nos Ensinos Fundamental e Médio. Isso faz com que as pessoas se sintam despreparadas para fazer qualquer coisa ligada ao assunto. Muitos deixam de fazer arquitetura porque imaginam que devem saber desenhar, o que não é verdade. O desenho do arquiteto é técnico e se aprende com a prática”, explica.

 
Estudos

Durante o curso, os alunos de arquitetura e urbanismo se deparam com matérias teóricas e práticas. Segundo Ézio, as de maior fundamentação são: Projeto de Arquitetura e Planejamento e Desenho Urbano. “Essas são as matérias-chave para o desenvolvimento do curso. A partir delas, todas as outras serão traçadas a fim de fornecer as melhores condições para a execução das atividades do futuro profissional”, diz o arquiteto.

Mercado

Ézio explica que o mercado na área de arquitetura e urbanismo é bastante amplo e que, antes de mais nada, é preciso abolir todo e qualquer preconceito. “Como falei, arquiteto deixou de ser visto como profissão de luxo. A área tem um leque de opções muito grande, pois as pessoas podem trabalhar com paisagismo, planejamento de cidades, decoração, projetos de empresas públicas e privadas dentre muitos outros. Além disso, é uma das poucas profissões nas quais o profissional vê seu trabalho exposto para várias gerações, basta ver um patrimônio histórico ou a construção de Brasília e Aracaju, por exemplo, que foram cidades planejadas”, diz.

Para quem está interessado no ganho da profissão, Ézio explica que o piso salarial de um arquiteto corresponde , teoricamente, a oito salários mínimos. “Não adianta se animar muito porque isso é apenas a teoria. Na prática, o arquiteto recebe pelo projeto como um todo, o trabalho pronto, mas não há valor específico porque depende da categoria do profissional”, explica. As categorias são: estagiário, trainne, arquiteto júnior, máster e sênior.

Conselhos

Ézio diz que os interessados em seguir a carreira de arquiteto devem ter em mente não só o talento, mas a disciplina e o empreendedorismo. “Ter apenas talento não é base suficiente para dar prosseguimento a qualquer profissão. Sem a disciplina, nenhum profissional será reconhecido pelo seu trabalho, então meu conselho é que o estudante uma todos esses fatores para que o sucesso seja alcançado”, completa o arquiteto.

Por Jéssica Vieira e Carla Sousa