Crime na porta do Paulo Costa deixa alunos assustados

Gabriela Purificação morreu quando saia da escola por causa de um celular (Foto: Divulgação Facebook)

Os alunos do Colégio Jornalista Paulo Costa, localizado no conjunto Bugio, retornaram às aulas nesta segunda-feira, 2, após a morte da jovem Gabriela da Purificação Silva dos Santos, 18, vítima de latrocínio na noite da última quarta-feira, 28. Com a finalidade de aliviar os sentimentos de dor e medo, a direção vai realizar uma palestra seguida de orações no pátio da escola, visando recepcionar os estudantes do turno da noite, horário em que a jovem cursava a 7ª série.

“A gente está cercado de violência. Gabriela estudava aqui há um bom tempo. Ela saiu e retornou. A gente vê a violência tão pertinho dos nossos alunos, assusta, choca. Virou rotina e a gente está refém”, afirma a diretora do Colégio Paulo Costa, Claudicelma Matos, acrescentando que a escola não dispõe de vigilantes em nenhum dos três turnos em que estudam 1.122 alunos, sendo do 6º ao 9º à tarde e à noite supletivo do Ensino Médio e do Ensino Fundamental.

Rafaela Carvalho, representante do Grêmio Escolar (Fotos: Portal Infonet)

Indagada se existe policiamento nas proximidades do estabelecimento, ela disse que os policiais sempre passam na frente da escola com uma viatura. “Quando a gente vê que tem algo de anormal, liga para o Ciosp e eles mandam pra cá. Só que tem vezes que a gente não pode prever e não tem condições de ficar com uma viatura na porta. Temos esse suporte esporádico e os marginais sabem que a viatura passa e vai demorar um tempinho e é ai onde as coisas acontecem”, entende.

Sentimento

A diretora destacou que os estudantes estão abalados com a morte de Gabriela da Purificação, abordada por dois rapazes que pediram o telefone celular, na saída da escola aonde cursava a 7ª Série, que corresponde à terceira etapa do EJA Ensino dos Jovens e Adultos Fundamental.

Estudantes fazendo serviços de porteiros e vigilantes

“Os meninos estão sentidos porque ela era conhecida, morou a vida toda aqui na comunidade. Eles sabem que aqui vira e mexe, roubam. A comunidade está sofrendo no geral, não é só a Paulo Costa, as portas de escola são alvo fácil. Hoje todo mundo tem um celular e eles são pequenos. Por mais que tenham 14, 15 anos, não são homens e mulheres feitos e os marginais sabem que são alvo fácil”, lamenta.

Claudicelma Matos enfatizou a recepção na noite desta segunda-feira. “Pra mim não faz diferença nenhuma se o crime foi do lado de lá ou de cá. Hoje à noite vamos reunir o pessoal para dar uma palavrinha, recepcioná-los de uma forma diferente, mostrando aos alunos a realidade da violência, pedindo para que se cuidem, se ajudem. Vamos fazer uma oração e amanhã vamos liberá-los para irem à missa de 7º dia a partir das 19h, na Igreja Santa Clara”, informa.

Grêmio

A representante do Grêmio Escolar, Rafaela Carvalho também lamentou o latrocínio. “A gente não esperava perder uma colega dessa forma, mas infelizmente aconteceu. Esperamos ter mais segurança, pois estamos dentro da escola e não sabemos o que vai acontecer quando colocarmos os pés do lado de fora”, completa.

Seed

Sobre a falta de vigilantes nas escolas da rede estadual de ensino, a assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Estado da Educação (Seed), informou que o Setor de Segurança Escolar confirma o efetivo reduzido, mas garante que o Colégio Paulo Costa tem vigilantes e que os serviços estão sendo sendo terceirizados para aumentar a vigilância em 16 estabelecimentos, dentre eles, o Paulo Costa que passará a ter além de vigilantes normais pelo dia, contará com vigias armados após as aulas do período noturno. A empresa já foi contratada e está na fase do recrutamento do pessoal para oferecer os serviços a partir dos próximos 15 ou 20 dias".

Por Aldaci de Souza