CUT promove ato em protesto a perseguição de professores

Protesto ocorreu na manhã desta quinta-feira, 2 (Fotos: Portal Infonet)

O início de 2014 foi marcado por protesto na capital sergipana. Na manhã desta quinta-feira, 2, membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizaram um ato em solidariedade a professora Maria Edileide Barrozo, que foi processada em dezembro do ano passado após ter se recusado a adotar o programa escolar de alfabetização – ‘Alfa e Beto’ – em sala de aula. A professora classificou o material didático de caráter preconceituoso e racista. Na manhã desta quinta-feira, 2, houve a segunda audiência do caso.

Com o auxílio de carro de som e faixas, os servidores reivindicaram a autonomia pedagógica dos professores. O ato ocorreu na frente da sede da Secretaria Municipal de Educação de Aracaju (Semed), no bairro Grageru. De acordo com o vice-presidente do CUT, Roberto Silva, há perseguição da prefeitura com os membros do sindicato.

“As professoras estão respondendo a inquérito administrativo, podendo até serem demitidas. A prefeitura está afrontando a legislação, negando autonomia pedagógica aos professores e perseguindo os sindicalistas”, disse Roberto.

O vice-presidente da CUT, Roberto Silva

Roberto Silva espera ainda que o Ministério Público de Sergipe tome uma decisão favorável à categoria, assim como ocorreu com o Ministério Público da Bahia, onde em maio do ano passado, expediu a suspensão para que a prefeitura de Salvador rescindisse o contrato e suspendesse imediaramente a utilização do programa Alfa&Beto nas escolas administradas pela prefeitura de Salvador.

“Entendemos também que o material precisa ser devolvido e a empresa precisa devolver o dinheiro à prefeitura, porque é o dinheiro do povo de Aracaju que está sendo gasto. Na nossa avaliação de forma indevida, porque os livros comprados são livros que não passam por análise de nenhuma universidade, diferente dos livros da secretaria de educação”.

O Sindicato dos Professores de Sergipe (Sintese) também apoiou o movimento. “Esse é um ato da CUT, mas o Sintese é filiado a CUT, a professora Edileide e as professoras perseguidas pelo Estado também são filiadas ao sindicato, e o Sintese apóia toda a luta em defesa do trabalhador. Por isso estamos em regime democrático, as professoras foram aguçadas no seu direito de exercer e nós esperamos que o Ministério público tome um posicionamento a isso”, disse a presidente do Sintese/SE, Ângela de Melo.

Ascom Semed

A presidente do Sintese, Ângela Maria de Melo

De acordo com o assessor de comunicação da Semed, Pedro Rocha, depois de várias tentativas de diálogo com as professoras, a secretaria não teve alternativa e abriu um inquérito administrativo. “Quatro professores se recusaram a utilizar o livro. Duas são diretoras do Sintese e da CUT, e evidentemente, que não vão querer trabalhar com o programa indicado pela secretaria. A secretaria tentou convencê-las a trabalhar, mas não teve jeito.

Pedro Rocha garante que não há nenhum tipo de perseguição com as professoras. “Não podemos compactuar com professores que se recusam a trabalhar o programa da secretaria. Eles são funcionários e têm compromisso de trabalhar em prol da comunidade. Eles são mentirosos, pois dizem que o Ministério Público da Bahia determinou que a prefeitura devolvesse os livros, mas confirmei a informação de que a maioria dos professores continua aplicando o sistema”, destaca.

Por Leonardo Dias e Kátia Susanna

A matéria foi alterada às 18h31 para acréscimo de informação da Semed.

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