Delegado Ataíde Alves vence Prêmio Flip Humor 2023

O delegado Ataíde Alves, diretor do Departamento de Narcóticos (Denarc), foi o vencedor do Prêmio Flip Humor 2023 com a crônica intitulada ‘Os Telefones do Coveiro’, história que se passa no município de Santo Amaro das Brotas. Nesta entrevista, o pernambucano conta um pouco da sua paixão pela escrita, fala da referência do tema e sua profissão, revela um projeto futuro para um livro de crônicas e muito mais. Acompanhe!

Adepol- Qual o sentimento de vencer um prêmio tão concorrido e importante como a Flip?
Ataíde Alves – Os concursos literários do Selo Off Flip são muito bons, de âmbito nacional, com comissões julgadoras compostas por escritores renomados. Então, meu sentimento é de alegria, pois sei que o texto que mandei foi submetido a um crivo rigoroso.

Adepol – Fale um pouco de sua relação com a escrita? Quando começou? Sei que o senhor é autor de outras crônicas, mas tem outros gêneros publicados?
Ataíde Alves- Faz apenas alguns anos que comecei a escrever de forma mais disciplinada, digamos assim. Minha esposa, que é Escrivã da PCSE, me incentiva bastante a escrever. Tenho mais de 700 livros, dos quais tiro algumas ideias. Já escrevi contos, mas gosto mesmo é das crônicas.

Adepol – Como é a sua relação com o gênero crônica? É o seu preferido?
Ataíde Alves – Sim, tenho predileção pelas crônicas, que é a junção do jornalismo com a literatura. Há uma frase de Paulo Mendes Campos da qual gosto muito: “Crônica são duas laudas de papel em branco; faça delas o que lhe parecer interessante no momento.”

Adepol-Por que escolheu este tema para a crônica? Tem alguma relação de quando foi delegado da cidade de Santo Amaro das Brotas?
Ataíde Alves – A delegacia de Santo Amaro das Brotas, onde trabalhei, fica em frente ao cemitério. Quando vi aquele cartaz do “disk coveiro”, veio o insight – muito forte, por sinal – do texto. À noite, em casa, comecei a escrever a crônica. Ao cabo de meia hora, ela estava lá no papel, pronta. Publiquei-a na Comunidade Trema, na internet, e obtive boa recepção. Tempos depois, publicaram o edital da coletânea do Selo Off Flip e inscrevi o texto. Fiquei surpreso com o primeiro lugar. Essa colocação fez com que eu conhecesse a escritora sergipana Roseneide Santana, mestra em Letras e técnica em Educação da Universidade Federal de Sergipe. Trocamos textos (ela é contista e cronista), falamos sobre literatura, e aconteceu de Roseneide escrever uma belíssima e generosa crônica sobre mim. Fiquei muito feliz.

Adepol- Em 2022, o senhor ficou entre os vencedores com a crônica ‘A estrutura das bolhas de sabão’. Este conto tem uma relação mais pessoal para o senhor?
Ataíde Alves – Esse texto foi sobre escrever. Carlos Drummond de Andrade tem um livro chamado “De notícias e não notícias faz-se a crônica”. Pois ali, na Avenida Paulista, estava uma “não notícia” diante de mim. A ideia ficou instalada em minha mente, pedindo para ser colocada no papel. E foi o que fiz.

Adepol- Como funciona a relação da profissão delegado e escritor? São duas paixões que se completam?
Ataíde Alves –A profissão me permite um bom manancial de ideias para meus escritos. Sim, há uma completude entre essas paixões.

Adepol- Depois de ‘Os Telefones do Coveiro’ virão novas crônicas? Tem algo engatilhado?
Ataíde Alves – Tenho algumas dezenas de crônicas. Pretendo organizá-las em um livro. Se bem que já disseram, acho que foi Massaud Moisés, que as crônicas, textos fugazes que são, uma vez reunidas em um livro, é como se estivessem em algum esquife. Acho que é isso mesmo. Preparo um caixão para meus textos. Pelo menos, descansarão em paz.

Fonte: Adepol

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