Educação promove ações sobre temáticas afro-brasileiras

Livro foi distribuídos em escolas (Foto: Divulgação)

Para atender às exigências da Lei 10.639/2003, em que a temática da cultura afro-brasileira se tornou obrigatória nos currículos da educação básica, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) vem desenvolvendo uma série de ações, dentre as quais está o lançamento do livro 'As relações étnico-raciais: História e Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica de Sergipe'. A publicação foi distribuída nas escolas da rede estadual.

De acordo com o professor  Marcos Vinícius dos Anjos, integrante do Núcleo de Educação, Diversidade e Cidadania (Nedic/Seed), esse livro é o resultado dos fóruns e seminários que a Seed promoveu junto aos professores e às Diretorias Regionais de Educação (DREs) sobre a legislação. Nesses eventos foi abordada a aplicabilidade da lei e apresentadas sugestões metodológicas para essa temática ser inserida em todas as disciplinas escolares.

O professor Marcos Vinícius esclarece que a Lei 10.639 não exige que se crie uma disciplina específica de cultura africana. "O tema deve ser trabalhado de forma transversal e interdisciplinar, promovendo o ensino das relações étnico-raciais em sala de aula", explicou.

Segundo o professor, para que o contexto escolar fique alinhado com a construção da sociedade desejada, é necessário que as equipe gestoras, pedagógicas e os professores realmente desenvolvam atividades práticas que auxiliem aos estudantes refletirem sobre as relações étnico-raciais.

"Desenvolver ações metodológicas que busquem modificar uma cultura velada de racismo, que se evidencia através de piadas, associações e posturas discriminatórias, passa a ser um dos objetivos a serem inseridos no projeto político pedagógico de cada instituição escolar", discorreu o professor.

Ele acredita que ações pedagógicas como a comemoração dos dias 13 de maio e 20 de novembro devem provocar reflexões sobre a condição socioeconômica dos negros e das suas lutas pelo direito de ter as mesmas oportunidades na atualidade. "É recomendável que tais datas sejam trabalhadas como culminância de um ciclo, uma jornada ou uma pesquisa orientada. Dessa forma, serão resgatados o pertencimento e a autoestima dos grupos que se veem ali representados", enfatizou.

Ações

Marcos Vinícius afirmou que diversas ações relacionadas a esse tema são realizadas em escolas da rede estadual. "Um bom exemplo disso é o trabalho desenvolvido no Colégio Estadual Poeta José Sampaio, em Carmópolis. A unidade de ensino realiza anualmente um evento que conta com mesa-redonda e debates sobre questões étnicas e pesquisas desenvolvidas por estudantes, culminando com o desfile da beleza negra. Tudo isso reforça no jovem a importância e influência da cultura africana na formação do povo brasileiro", disse Marcos.

Na última quarta-feira, 14, a oficina de cinema promovida pelo Colégio Estadual Glorita Portugal, localizado no município de São Cristóvão, durante o 1º Simpósio de Consciência Negra, realizado nos dias 13 e 14 de novembro, foi um sucesso entre os alunos.

As atividades concentraram-se na realização de oficinas de capoeira, cinema, dança afro, break dance, grafite, percussão, basquete de rua e poesia. Houve também palestras intituladas A importância do debate sobre a questão étnica do espaço da escola, O Dia da Consciência Negra num país de consciência branca e A importância da religiosidade afro-brasileira para a identidade cultural.

A professora Izabel Ladeira, diretora do Departamento de Educação da SEED, acha muito importante as escolas promoverem esses eventos para a total consolidação da Lei 10.639 no Estado. "Essas iniciativas que acontecem nas escolas são bem-vindas. Porém consideramos que é fundamental que as escolas estruturem em seus currículos temas para as relações étnico-raciais serem abordadas. Com essa estruturação curricular todos os conteúdos serão aproveitados de forma eficaz", declarou a diretora.

Apoio

A Secretaria de Estado da Educação apoia movimentos culturais que visam informar e valorizar a cultura afro-brasileira. Um desses movimentos é a Mostra Pluriartística Novembro Negro. O evento realizado durante todo o mês de novembro promove exposições, mostras de vídeos, fotografias, músicas, danças, pintura, teatro, literatura e seminários.

Um dos eventos inseridos na programação é a apresentação do espetáculo de dança Zumbi – Amor e Liberdade, realizado pelo projeto Um quê de negritude, desenvolvido pela professora Clélia Ramos no Colégio Estadual Atheneu Sergipense.

Fonte: Ascom Seed

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