Os professores do estado de Sergipe decidiram pela manutenção da greve durante uma assembleia que vem sendo realizada desde o início da tarde desta quinta-feira, 28, no Cotinguiba Esporte Clube. Segundo a presidenta do Sindicato dos Professores (Sintese), Ivonete Cruz, a entidade foi notificada pela justiça sobre a ilegalidade da greve pouco depois que se iniciou a assembleia, mas mesmo assim, decidiu lutar pela manutenção dos direitos conquistados pelos professores.
“O nosso lema é nenhum direito a menos”, destaca a presidente do Sintese, Ivonete Cruz. Ainda segundo ela, o projeto apresentando pelo governo restringe direitos. “Entramos nessa greve com o intuito de lutar pelo direito de cada professor. E não vamos abrir mão disso”, salienta Cruz. Durante a assembleia, a presidenta do Sindicato também levantou a hipótese de elaborar medidas para anexar ao projeto inicial. “Seria uma segurança jurídica que teríamos para que nossos direitos continuassem preservados”, afirma.
Segundo o Sintese, haverá uma vigília na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para abertura de um diálogo com os deputados, caso assembleia aprove a elaboração das emendas.
O Governo do Estado de Sergipe, por sua vez, informa que os projetos enviados a Assembléia Legislativa não diminuem salários, nem retira triênios de professores aposentados, nem tampouco da ativa. “Faltam pouco mais 20 dias para a conclusão do ano letivo 2019. Uma greve neste momento prejudica principalmente o aluno. Pela primeira vez em pouco mais de 23 anos o calendário esta unificado em todas as escolas da Rede Estadual, com previsão para férias em 20 de dezembro e retorno 10 de fevereiro 2020. A greve também prejudica o professor que ao invés de usufruir de suas férias precisarão repor aulas”, destaca a Secretaria de Comunicação de Sergipe.
Deflagração da greve
A greve dos professores foi anunciada na última quinta-feira, 21, logo após o Governo encaminhar para o Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) dois projetos que versam sobre a carreira dos professores. Governo e Sintese têm interpretações distintas para os projetos. A greve, em si, foi iniciada nesta terça-feira, 26, com ato na Alese. Os professores, inclusive, continuam nesse momento em vigília na Casa Parlamentar.
Determinação judicial
O desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça, atendendo parcialmente a Ação impetrada pelo Governo de Sergipe, decidiu pela suspensão da greve dos professores da rede estadual, que foi deflagrada na manhã desta terça-feira, 26. O magistrado estipulou multa de R$ 10 mil para cada dia de descumprimento da decisão, a partir da notificação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese).
por João Paulo Schneider e Aisla Vasconcelos
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