Em greve, professores da UFS fazem ato no Centro

Professores fizeram mobilização na Praça Genera Valadão (Fotos: Portal Infonet)

Professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) continuam sem avanços nas negociações com o Governo Federal. Na tarde desta terça-feira, 7, a categoria realizou diversos atos na Praça General Valadão, no centro comercial de Aracaju. Parte do comando local de greve está em uma caravana com outros servidores públicos federais que seguem à Brasília interessados em negociar diretamente com o governo. Em Sergipe, os professores estão de braços cruzados há 41 dias.

De acordo com a professora Sônia Meire Azevedo, que é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes/Se) e integrante do Comando Local de Greve, para que a categoria volte às aulas, o governo precisa abrir mão dos cortes na educação [R$ 9 bilhões], além de apresentar uma proposta que contemple desde o reajuste salarial dos professores até as condições de trabalho para o corpo docente.

Professora Sônia Meire: "Governo não negocia"

Sônia afirma que os cortes na Educação afetarão as bolsas de pesquisas dos estudantes e toda essa situação, que segundo ela, inviabiliza a atividade do docente. “O governo não negocia e nem sequer abre mão dos cortes na Educação. Apontou para 5% de reajuste no salário para o ano que vem, mas nossa greve não é só salário, mas sim, uma luta unificada pela manutenção e condições de trabalho. Faltam restaurantes nos campus da universidade, temos um hospital sendo privatizado, serviços sendo privatizados, sérios problemas, por exemplo, no Hospital Universitário, inclusive o corte de energia da UFS por falta de pagamento” explica Sônia Meire.

Rosângela Machado é professora do Departamento de Educação e Saúde do campus de Lagarto e acredita que os cortes na Educação anunciados pelo governo federal são um retrocesso para o histórico das universidades públicas brasileiras. “Os alunos hoje precisam fazer monitoria voluntária, coisa que nunca existiu na história da universidade brasileira, pois monitor sempre foi aquele aluno reconhecido pelo seu talento e a partir daí, a bolsa seria uma recompensa”.

Professora no campus de Lagarto, Rosangela diz: "Cortes na educação é retrocesso"

Rosângela ainda alerta para as consequências que esse desinvestimento pode trazer para a educação. “Os cortes prejudicam as pesquisas, cada vez que o governo tira dinheiro da educação, a gente pesquisa menos e deixamos de pagar bolsa aos mestrandos e doutorando. Nessa situação ficamos mais dependentes do estrangeiro para tecnologia”, pontua.

Encaminhamentos

De acordo com o comando local de greve, ocorrerá na próxima quinta-feira, 09,  na sede da Adufs, uma assembléia com os professores. A categoria vai debater a agenda de greve e fazer uma análise de conjuntura da mobilização.

Já no dia 14, há uma audiência marcada com o reitor da UFS para discutir a pauta local. De acordo com Sônia Meire, o reitor se propôs a esclarecer onde os cortes na Educação mais estão afetando a UFS. Posteriormente, será discutida uma participação maior da comunidade universitária na definição de onde serão investidos os recursos financeiros na universidade, além de itens como política pedagógica, parte administrativa e de pesquisa. “Queremos implantar uma gestão partilhada numa universidade que se propões a ser democrática, mas o que se vê é uma democracia de baixíssima intensidade”, coloca.

Por Ícaro Novaes e Verlane Estácio

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