Enfermagem: a arte de lidar com seres humanos

Cássia Faro, coordenadora do curso de Enfermagem da UFS
Por muito tempo quem decidia ingressar na área da saúde optava pelo curso de Medicina, sendo Enfermagem a segunda opção. Hoje em dia a realidade é outra. A procura pelo curso cresceu e enfermeiros, cada dia mais, são respeitados e admirados. A Professora Mestra e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Cássia Silva Faro, afirma que o profissional de enfermagem conquistou seu espaço através do conhecimento científico. “Desenvolvendo o trabalho com ética, mostrando eficiência e conhecimento, o profissional ganhou visibilidade e respeito na comunidade”.

Profissão

Para os alunos interessados no curso, dentre as características necessárias para a atuação na área, a capacidade de ouvir e, principalmente, de lidar com os seres humanos são fundamentais, já que o contato direto com a população é essencial. Além disso, um enfermeiro deve demonstrar habilidades técnicas e teóricas para assistir ao paciente nas unidades de saúde, hospitais e rede básica e na comunidade; se preocupar em exercer a função de administrador, coordenador e supervisor do serviço de saúde e participar da elaboração de políticas públicas de saúde. “O perfil do bom profissional é aquele que age com consciência, ética e responsabilidade. Que se preocupa com o que faz e seus efeitos”, explica a coordenadora.

Em Sergipe, o curso é oferecido pela UFS e Universidade Tiradentes, com duração de aproximadamente quatro anos e meio. Pode-se optar pela graduação em Bacharelado ou Licenciatura. Bacharelado capacita o aluno a assistir à comunidade, fazendo diagnóstico dos sintomas e orientando a recuperação. Já quem decide pela Licenciatura, passa por todo o processo do Bacharelado, incluindo matérias específicas sobre método de ensino, ficando apto a lecionar.

Existe ainda a possibilidade de atuar no segmento que o aluno adquira maior afinidade, fazendo uma Especialização referente à área escolhida, podendo ser em: Saúde da Família, Pediatria, Obstetrícia, Psiquiatria, Centro Cirúrgico, Enfermagem do Trabalho etc.

Na profissão ainda há algumas dificuldades a serem solucionadas como as condições de trabalho em alguns hospitais e a falta de políticas públicas de saúde. “Mas quando você trabalha com o doente, recupera sua saúde e devolve a integridade dele, é a glória!”, conta Cássia.

Estudos

Basicamente o curso é dado em quatro etapas. A primeira é de Introdução a Enfermagem, onde o aluno conhece sobre o funcionamento do hospital e passos básicos da profissão como, aplicar injeção, medir pressão, fazer exame físico etc. Na segunda, o paciente já é envolvido no aprendizado, porém de forma esporádica.

Nessa etapa os alunos aplicam a sistematização da assistência em enfermagem: apontam diagnósticos e soluções, fazem curativos. O terceiro diz respeito ao Programa de Saúde Pública, englobando doenças transmissíveis e vacinação. A última chama-se Estágio Supervisionado, é quando os alunos passam um semestre como enfermeiros em postos de saúde.

Mercado

A coordenadora Cássia Faro afirma que nenhum aluno egresso da UFS fica desempregado. “Com o aumento do número de hospitais, o mercado de trabalho cresce ainda mais. A área hospitalar e, principalmente, o Programa de Saúde da Família, são os que mais empregam atualmente”, comenta.

Ela diz ainda que o trabalho do enfermeiro não se restringe às Urgências. Pode-se atuar também no Serviço de Saúde Pública, Auditoria, Administração, Ensino, Pesquisa – investigação e comprovação de doenças e fatos -, no ramo empresarial e home care (assistência domiciliar). O piso salarial é de R$ 1.300, com carga horária de 44 horas semanais, nos hospitais. Já o Programa de Saúde da Família (PSF) chega a pagar R$ 3 mil reais, com carga horária de 40 horas.

Conselho

Optar por enfermagem é decidir trabalhar junto à comunidade. “Chegamos até o paciente, conversamos para saber seus sintomas, criamos alternativas para amenizar suas dores e orientamos a prevenção de doenças. Se você não gosta de lidar com a população, essa não é a área ideal. Aqui, não basta só ser muito inteligente”, aconselha a coordenadora. 

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