Entrevista com o reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho

O novo reitor da Universidade Federal de Sergipe, professor Josué Modesto dos Passos
Subrinho, empossado na noite de segunda-feira, anunciou o Projeto de Expansão da instituição de ensino superior e disse que é sua pretensão criar cursos de graduação em Turismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Engenharia de Minas, Geologia, Engenharia de Pesca, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Fonoaudiologia, Teatro, Cinema, Dança, Artes Plásticas, Arquitettura, Desenho Industrial, Zootecnia e Engenharia de Produção, entre outros. “Vamos também ampliar a oferta de vagas nos cursos já existentes”, garantiu. No segmento pós-graduação, ele informou que pretende criar os doutorados em Agroecossistemas, Ciência da Saúde, Desenvolvimento e Meio Ambiente, Educação, Física, Química e Sociologia. “No mesmo segmento, estamos propondo, em nosso Projeto de Expansão, a criação dos mestrados em Ciências da Computação, Matemática, Engenharia Civil, Engenharia Química, Engenharia Elétrica, Ciências dos Materiais, Ciências Biológicas, Farmácia, Educação Física, Enfermagem, Odontologia, Economia, Letras, Filosofia, Direito, Serviço Social e História.

O senhor disse que em sua gestão pretende duplicar as ações da Universidade Federal de Sergipe. Como isso será feito e quais as áreas que serão ampliadas?
JOSUÉ MODESTO – Definimos um Projeto de Expansão da UFS, que já foi entregue ao ministro da Educação, Tarso Genro, por ocasião do ato de posse ocorrido em Brasília no último dia 16. O ministro, de imediato, o entregou à Secretaria Executiva do Ensino Superior (Sesu) para avaliação. A proposta também já chegou às mãos dos parlamentares que compareceram a posse e será encaminhada aos demais deputados e senadores. Precisaremos do apoio de todos. A Universidade Federal de Sergipe é a única instituição de ensino superior pública no Estado e ela precisa atender cada vez mais às necessidades do nosso povo. Hoje temos 10.666 alunos e queremos atingir 20.616. Contamos com outros 337 na pós-graduação e contamos com 583 postos de docentes, sendo que estão preenchidos um total de 463, o que dá uma média de um professor para cada grupo de 18,9 alunos. Os números da UFS e a história sergipana mostram que a nossa universidade tem sido eficiente, produtiva, dinâmica, fator decisivo de inclusão e de desenvolvimento social do Estado de Sergipe. Nos últimos anos, cerca de 20 mil candidatos têm disputado as 2.010 dos cursos de graduação. A relação de 10 candidatos por vaga é desesperadora para a maioria dos nossos jovens que aspiram através do curso superior a ascensão social e cultural. É necessário expandir a UFS para torná-la mais eficiente, mais produtiva e mais
dinâmica. Queremos duplicá-la gradativamente até 2008. Vamos trabalhar no sentido de
ampliar a oferta de vagas no vestibular para 4 mil por ano e elevar as vagas da pós-
graduação das 337 para 616. Para atingirmos esses números, vamos precisar elevar também o quadro docente, que ao final de oito anos subiria de 583 postos para 1.225. A idéia central é investir em todos os segmentos e construir uma universidade cada vez mais
engajada com os interesses de Sergipe e dos sergipanos.

Serão criados novos cursos?
JM – É nossa pretensão criar cursos de graduação em Turismo, Relações Públicas,
Publicidade e Propaganda, Engenharia de Minas, Geologia, Engenharia de Pesca,
Fisioterapia, Medicina Veterinária, Fonoaudiologia, Teatro, Cinema, Dança, Artes
Plásticas, Arquitettura, Desenho Industrial, Zootecnia, Engenharia de Produção, entre
outros. Vamos também ampliar a oferta de vagas nos cursos já existentes. No segmento pós-graduação, pretendemos criar os doutorados em Agroecossistemas, Ciência da Saúde,
Desenvolvimento e Meio Ambiente, Educação, Física, Química e Sociologia. No mesmo
segmento, estamos propondo, em nosso Projeto de Expansão, a criação dos mestrados em
Ciências da Computação, Matemática, Engenharia Civil, Engenharia Química, Engenharia
Elétrica, Ciências dos Materiais, Ciências Biológicas, Farmácia, Educação Física,
Enfermagem, Odontologia, Economia, Letras, Filosofia, Direito, Serviço Social, História,
entre outros.

Um dos grandes problemas do ensino superior no país é a falta permanente de
recursos. Como o senhor pretende transpor essa dificuldade para colocar em prática o projeto de expansão da UFS?
JM – A partir do próximo ano, o orçamento da UFS terá um acréscimo de 30%, o que o
elevará para R$ 130 milhões por ano. Vamos promover o uso racional das verbas. Esses
recursos são suficientes para algumas ações, mas não resolve todos os problemas que
temos. Por isso, procuraremos fontes financiadoras de projetos e faremos uso do dinheiro
da emenda Andifes, que em 2005 estará voltada para investimentos e não apenas para
custeio. Vamos aos Ministérios da Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia levando
projetos para obter recursos. Temos a consciência de que a luta é difícil, mas
entendemos também que é possível conquistar vitórias em alguns segmentos. Estamos
apostando nisso. Também iremos buscar parcerias no sentido de viabilizar a recuperação
da nossa rede viária e o sistema elétrico, por exemplo. A partir do dia 23 a nossa
equipe vai entrar em campo com muita disposição para viabilizar o projeto de expansão,
que precisará contar também com o apoio dos professores, técnicos administrativos e
estudantes.

O senhor já manteve contatos com a bancada federal de Sergipe para discutir sobre a
colocação de emendas no Orçamento da União em favor da UFS?
JM – Não especificamente com essa finalidade. Já conversamos com alguns parlamentares
sobre a nossa disposição de fazer a UFS crescer cada vez mais. Fizemos uma exposição
superficial do projeto, mas não faltará oportunidade para discutir com eles sobre o tema
emenda. Quando a colocação de emenda para a Universidade Federal de Sergipe no Orçamento Geral da União (OGU), vamos procurar a bancada federal para expor esse propósito, provavelmente no decorrer da próxima semana. A bancada apresentou uma emenda para o OGU deste ano no valor de R$ 3 milhões. O governo já informou a UFS que existe a possibilidade de liberar apenas R$ 1 milhão. Esse dinheiro vai ser investido no Hospital Universitário. Como a diferença é grande em relação ao valor solicitado, vamos trabalhar no sentido de atualizar os dados e reapresentar a emenda à nossa bancada federal, que tem sido atenciosa com a UFS.

A administração que se finda nesta segunda-feira conseguiu, através de convênio com
o governo do Estado, levar a UFS para o interior do Estado via o Programa de
Qualificação Docente – PQD. Após o fim do PQD, o senhor tenciona manter a Universidade no interior? De que forma?
JM – A Universidade Federal de Sergipe teve uma boa atuação no interior sergipano nos
últimos anos com trabalhos de pesquisa e extensão. Essa atuação se ampliou com a
parceria formalizada com o Governo do Estado para a viabilização do Programa de
Qualificação Docente (PQD). Trata-se de um projeto muito importante, pois está
possibilitando aos professores que tinham formação de nível a atingir o nível superior.
Vamos trabalhar projetos no sentido de que a UFS possa fincar outras bases no interior.
Estamos presente hoje em quase todos os 75 municípios sergipanos com atuações nas áreas
de ensino, pesquisa e extensão e dando importantes contribuições, a exemplo dos
programas de alfabetização de jovens e adultos, fazendo o levantamento arqueológico,
estudos em rios, no semi-árido etc. Vamos trabalhar no sentido de consolidar as ações
que já estão em prática e abrir caminhos e colocar em prática novos projetos. A
administração da UFS está aberta a sugestões.

A UFS, assim como as demais universidades brasileiras, está com seu quadro de
professores seriamente defasado. Há previsão de se fazer concurso público?
JM – Está em tramitação no Ministério da Educação uma proposta de abertura de concurso
para 2.500 docentes. Seriam 2 mil para a reposição de pessoal e 500 para um programa de
expansão. Não sabemos ainda qual será a nossa cota, mas vamos trabalhar no sentido de
que ela seja a mais ampla possível. O nosso Projeto de Expansão , como já disse,
contempla a ampliação do quadro de pessoal. As Universidades Federais de Alagoas e do
Piauí, por exemplo, têm mais de mil professores e mais verbas do Orçamento que a nossa.
Temos 120 professores aposentados e suas vagas estão indisponíveis até agora.

Qual será a relação do reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho com a comunidade
universitária?
JM – A nossa idéia é ter professores, estudantes e técnicos administrativos como
parceiros nos projetos que colocaremos em prática. A Reitoria estará aberta ao diálogo.
Sem preconceitos.

Durante a sua posse em Brasília, o prefeito eleito de São Cristóvão, Zezinho
Everest, o procurou para pedir o apoio da UFS para o projeto de revitalização do
Festival de Arte de São Cristóvão. Existe essa possibilidade?
JM – Tivemos uma conversa inicial com o prefeito eleito Zezinho da Everest, que
demonstrou interesse em viabilizar propostas que dinamizem a vida artística, cultural e
turística do município de São Cristóvão. Diante da iniciativa, vamos criar um grupo de
trabalho bipartitite (UFS e Prefeitura) para avaliar o que se pode fazer no sentido de
criar um projeto que faça com que a proposta original do Festival de Arte de São
Cristóvão (FASC) seja reformatada. O prefeito já está conversando com o Ministério do
Turismo no sentido de integrar o município ao circuito cultural das cidades históricas.
A UFS está disposta a dar a sua contribuição e entende que o patrimônio histórico e
arquitetônico das cidades deve ser valorizado. São Cristóvão tem um bom potencial e deve
se valer dele para dar vida ao município e atrair turistas.

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais