Estrangeiros e integralistas presos em SE na 2ª Guerra

(Foto: Site sxc)

O século XX foi marcado pela II Guerra Mundial. O Brasil, mesmo não tendo sido palco do conflito, logo ouviu soar os ecos da Guerra em seu território. Em 1942 cinco navios brasileiros – Aníbal Benévolo, o Baependi, o Araraquara, o Arara e o Itagiba – que trafegavam entre Bahia e Sergipe, foram torpedeados por um submarino alemão. A Guerra que parecia um conflito distante chegou às terras brasileiras, trazendo o sentimento de medo, revolta e vingança.

Estes atentados serviram de estopim para que Getúlio Vargas declarasse guerra aos países eixistas. Estrangeiros ligados ao Eixo (alemães, italianos, japoneses e integralistas) foram acusados de ajudar os nazistas nos ataques de 1942. Em Sergipe, a população revoltada depredou e incendiou casas de suspeitos.

Naquele tempo, a imprensa, vigiada de perto pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) incentivava constantemente o ódio ao “quinta-colunismo” e aos “camisas verdes”, como eram chamados aqueles considerados inimigos do Brasil. Através dos jornais, cinema e do rádio, advertia a população para que mantivesse vigilância e denunciasse aqueles que tinham atitudes suspeitas. O inimigo podia ser e estar em qualquer lugar: professores, comerciantes, religiosos, funcionários públicos, políticos…Todos podiam estar envolvidos com o Eixo.
Mesmo antes do início da II Guerra, durante o governo Vargas, tanto os estrangeiros como os Integralistas já sofriam restrições. Após a declaração de guerra aos países do Eixo, as proibições só aumentaram. A Polícia Política passou a empreender severa perseguição aos membros do partido nazista no Brasil, desbaratou redes de espionagem alemãs e impediu a panfletagem de qualquer forma de propaganda nazista. 

Estrangeiros e Integralistas foram presos acusados de espionagem. Muitos deles foram retirados da circulação e do convívio social, ou até mesmo monitorados em suas próprias casas, na chamada “liberdade vigiada”. Entre as restrições impostas estavam a de não poder cantar o Hino nacional de seu país e de falar seu idioma nativo em locais públicos. Tudo isso para o governo era necessário e legal, a fim de se evitar as ações de grupos que apoiavam o Eixo.

Percebemos que estas pessoas sofreram o toque punitivo do Governo Vargas e sentiram as consequências da Guerra. Muitos destes foram alvos de preconceito, sendo até mesmo privados dos seus direitos de cidadãos comuns. Isso parece ter mudado após o término da II Guerra, em 1945, quando os países Aliados venceram. Mas ainda assim, por longo tempo, eles tiveram que lidar com as marcas deixadas pelo maior conflito já existente.

*Graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe. Bolsista do projeto “Portal Segundo Guerra” (PIBIT/UFS/CNPq/FAPITEC) coordenado pelo Prof.Dr.  Dilton C. S. Maynard (DHI/UFS).

“Saiba mais”
Este artigo é uma versão resumida das ideias apresentadas no artigo publicado na sexta edição do caderno do Tempo Presente. Disponível em <http://www.getempo.org/revistaget.asp?id_edicao=32&id_materia=117>
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