Os problemas são diversos e ao perceber a presença da equipe de jornalismo, os próprios alunos espontaneamente começam a apontar as dificuldades e relatar situações que comprometem a qualidade do ambiente escolar. Os problemas compreendem desde a estrutura física ao cardápio da merenda, que por vezes são contornados pelo empenho e boa vontade dos funcionários das escolas. Desconforto Há também nesta escola diversas pequenas falhas que resultam em grandes problemas. Quatro alunos e dois professores já levaram choque devido à fiação exposta em um interruptor, o muro baixo faz perder muitas bolas do material de educação física e as torneiras quebradas do banheiro masculino impedem que os alunos lavem as mãos, por exemplo. As aulas de educação física são feitas em um pequeno espaço de terra. Quando chove, o lugar vira lama e quando faz sol a poeira toma conta do ambiente. A professora Carla Valéria afirma que é preciso usar a criatividade para realizar atividades com tantos alunos, que devido a falta de cobertura no local, voltam muito suados para a sala de aula. Sem reforma, fábrica vira escola As rachaduras nas paredes preocupam os alunos. “Vai cair tudo por cima da gente ainda”, disse um aluno do primário. A professora Cristina apontou diversos problemas em uma única sala de aula, em tom de quem clama urgentemente por melhoras. Ela ainda revelou que até uma cobra já apareceu na sala de aula através de um buraco no chão. Na escola, há uma aluna que é deficiente física, e enfrenta problemas para se locomover com a cadeira de rodas. A ausência de rampas e barras metálicas são supridas pela solidariedade dos funcionários que auxiliam a menina a transitar pelo lugar em que estuda. “Tem a comida, mas não tem o tempero” Ela ainda fala que a situação muitas vezes é amenizada pela colaboração dos próprios funcionários. “Tem dias que um traz o corante, em outros eu trago outra coisa pra completar”, falou. Com menos problemas físicos que as outras duas escolas, a diretora Vânia fala que o segredo da organização no José Sobral está no quadro de funcionários. “O porteiro não se importa de fazer algum serviço de reparo, a auxiliar da tarde vem pela manhã ajudar e etc”, disse. A falta de água constante também interfere nas atividades escolares, principalmente na produção da merenda. A água utilizada na cozinha e no banheiro da escola Hélio Vanderley, por exemplo, vem de uma cisterna que há no ambiente externo do colégio. No cardápio do dia, vitamina de banana. Mas sem água suficiente para limpar a cozinha depois, os alunos tiveram que se contentar em comer somente a fruta. Sala de informática em 60 dias SEED Procurada pelo Portal Infonet, a assessora de comunicação da SEED, Ofélia Onias, disse que as escolas José Sobral e Pedro Valadares terão a sala de informática construída, mas sem previsão. A escola Hélio Vanderley não foi citada no caso dos computadores, mas a assessora declarou que ela receberá uma reforma ampla e deverá ser entregue em melhor estado já no segundo semestre. Apesar dos vários problemas físicos, a escola Pedro Valadares não está entre as 40 escolas estaduais que serão reformadas. O processo de troca de carteiras está agilizado e os 13 mil novos assentos devem chegar às escolas já em abril, segundo Ofélia. Quanto ao problema na merenda, a assessora disse que deve ter se tratado de um problema pontual, já que o secretário (da Educação, José Fernandes) faz questão de não deixar faltar merenda nas escolas. Por Glauco Vinícius e Raquel Almeida
Precariedade caracteriza a situação de algumas escolas da rede estadual na cidade de Itaporanga D’ajuda, a 31 km da capital. A constatação é resultado de uma visita da equipe de jornalismo do Portal Infonet à três colégios do município após um professor encaminhar denúncia à redação do portal. As escolas estaduais visitadas foram a Pedro Valadares, José Sobral e Hélio Vanderley. Escola Estadual Hélio Vanderley
Everton diz sentir desconforto
A maioria das carteiras utilizadas pelos alunos são metálicas, semelhantes as usadas em alguns bares. Na escola Pedro Valadares, o professor de geografia Odirley Moreira opinou sobre o assunto. “É só perguntar a qualquer ortopedista que ele vai dizer que essas cadeiras não são adequadas, os alunos reclamam de dor”, disse, completando que os assentos foram improvisados. O desconforto é comprovado pelo aluno Everton Ferreira, que diz sentir dores nas costas ao final das aulas.
A Escola Estadual Hélio Vanderley funciona em um prédio que foi sede de uma antiga fábrica. Não haveria problema algum neste fato, se alguma reforma ou adaptação da estrutura tivesse sido realizada. “Eu estou aqui há sete meses, desde antes de eu assumir que uma reforma aqui na escola vem sendo solicitada”, disse a diretora Aparecida. Entrada de sala de aula
Em uma das escolas, a José Sobral, uma funcionária revela um problema na composição do cardápio da merenda. “Mandam o arroz, mas não mandam mistura suficiente para os quase 500 alunos. Mandam macarrão, mas não mandam tempero. Os meninos não querem, ficam com nojo do macarrão branco”, disse a mulher que preferiu não se identificar. Água vem desta cisterna
As três escolas visitadas foram contempladas com dez computadores pelo Governo Federal para aulas de informática, mas em nenhuma delas há sala adequada para esse tipo de disciplina. As escolas têm um prazo máximo de 60 dias para construírem sala com sistema elétrico apropriado, mesas de suporte e ar condicionado. Caso isso não aconteça, os computadores voltarão á Brasília. Todas as três diretoras dizem já ter encaminhado a solicitação à Secretaria do Estado da Educação (SEED). Alunos da Pedro Valadares na aula de educação física
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B