Estudantes brasileiros no exterior

As irmãs Bárbara e Berthe Schlicht já moraram em três continentes e estudam fora do Brasil há sete anos. Quando tinham 12 e 13 anos, mudaram-se para os Estados Unidos com os pais, uma sergipana e um alemão que trabalha numa empresa de petróleo internacional. Por conta da profissão dele, elas ainda moraram na Nigéria e na Escócia. Hoje, Berthe, com 19 anos, estuda Medicina na Charles University of Praga, na República Checa, enquanto Bárbara, 20, está concluindo o 1º ano de Genética na Glasgow University, na Escócia.

 

Um outro exemplo, é o da sergipana Júlia da Escóssia, que estudou em escola francesa durante um ano. Ela, então com 16 anos, e o irmão viveram na França de setembro de 2001 a julho de 2002, enquanto sua mãe fazia parte do doutorado no exterior.

 

Sistema educacional

 

Bárbara e Berthe
As garotas têm avaliações diferentes dos sistemas educacionais estrangeiros em comparação com o brasileiro. Sobre a experiência de estudar nos Estados Unidos da América (EUA), as irmãs Schlicht contam que, mesmo sem ainda dominar o idioma, não sentiram maiores dificuldades para acompanhar o ritmo da turma. “Parece que o método de ensino americano é mais lento que o do Brasil”, relata Bárbara. As irmãs ainda disseram que chegavam a passar cola para os colegas nos EUA.

 

Júlia da Escóssia considera o sistema educacional francês mais interessante que o brasileiro pelo conjunto de disciplinas que são enfatizadas para o aluno, de acordo com as preferências vocacionais.

 

O sistema britânico é semelhante quanto à possibilidade de escolher disciplinas específicas. Mas Bárbara vê problemas nesse tipo de enfoque específico. “Eu, escolhi estudar as ciências exatas, mas sinto dificuldades em História, por exemplo”, comenta.

 

Outro ponto que difere bastante a educação brasileira da dos países desenvolvidos, é o ensino público. Na França e na Escócia, como relatam as meninas, a educação básica fornecida pelo Estado é de maior prestígio que a particular. “A maioria dos jovens estuda em escola pública. Dificilmente se encontra alguém de escola particular”, conta Júlia.

 

Processo seletivo

 

Júlia da Escóssia
As garotas também comentaram o processo seletivo para o ensino superior no exterior. O sistema britânico consiste no aproveitamento das notas do ensino básico e na confecção de um “currículo”, no qual o candidato exprime suas características e defende por que deveria ser escolhido para estudar na universidade. O currículo pode ser enviado para até seis instituições e, a depender de suas notas, ele pode ser rejeitado, convidado para uma entrevista ou ser aceito diretamente. A instituição escolhe os critérios de admissão que melhor lhe couber.

 

Berthe não chegou a fazer o nosso vestibular, mas considera a metodologia brasileira mais justa para o aceso de diferentes níveis sociais, pois não depende de avaliação subjetiva da universidade. Quanto ao fato de a maioria dos estudantes das universidades públicas do Brasil não virem de escolas públicas, ela argumenta que isso seria distorção da qualidade do ensino básico e não do método de seleção.

 

O ‘vestibular’ francês recebe o nome de Baccalauréat, mas ele é bem diferente do método brasileiro, as notas obtidas na primeira fase do ensino, assim como no Reino Uinido, também são aproveitadas. O estudante na França não passa pelo processo seletivo apenas para uma universidade, mas para as de todo o país. Júlia acha o método francês mais apropriado para avaliar a real capacidade do estudante, diferente do que ela chamou de “decoreba” do vestibular.

 

Receptividade

 

Estar em terras estrangeiras, longe de casa, num lugar de hábitos culturais bem diferentes dos costumeiros também assusta o estudante emigrado. Júlia afirma que sentiu dificuldades de relacionamento no início da estada, já que seus colegas pouco ou nada conheciam do seu país e tinham uma visão estereotipada do brasileiro. “Eles acham que o Brasil é somente samba e carnaval”, conta.

 

As irmãs Shlicht falam que conseguiram fazer bons amigos lá fora. “sempre se acha pessoas com quem você se identifica”, afirma Berthe. Ela e Bárbara dizem que nos EUA, enquanto ainda não dominavam o idioma, contavam com a compreensão e a paciência também dos professores.

Por Zeca Oliveira e Carla Sousa

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