Faixas anunciam ocupação (Fotos: Portal Infonet) |
Uma das principais unidades escolares de Sergipe, o Colégio Dom Luciano, está ocupado com dezenas de alunos secundaristas desde o início da manhã desta segunda-feira, 7. Os estudantes mobilizados protestam contra a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional 55 [antiga PEC 241, ou PEC do teto de gastos], contra a Medida Provisória do Ensino Médio e contra o Governo Federal. O prédio da escola já está sob posse dos alunos e desde o final da manhã as aulas comuns estão suspensas.
Segundo o membro da União de Estudantes Secundaristas do Estado de Sergipe (Uses), Rafael Bastos, o início da tarde, quando a ocupação ganhava força, foi marcado por conflitos. “Pela manhã tudo ocorreu de forma tranquila. Pela tarde, houve uma tentativa de criminalizar o movimento quando fizeram uma denúncia para a polícia de que estaríamos armados dentro da escola. As únicas armas são as nossas consciências e nossas vozes, porque arma de fogo não nos representa”, retrucou o estudante, afirmando que três alunos da escola chegaram a ser revistados. A situação foi resolvida após diálogo entre direção, grêmio estudantil e os alunos.
Rafael (de vermelho) afirma que houve tentativa de criminalizar a ocupação |
Conforme expectativa dos estudantes que ocupam o Dom Luciano, as aulas que estão suspensas serão substituídas por ‘aulões’ que deverão abordar temas relacionados à PEC e ministradas por professores da casa. Eles ainda pretendem fazer a limpeza do local de forma independente e realizar assembleias com frequência.
A Secretaria de Estado da Educação (Seed), por meio de nota, afirmou que a ocupação foi realizada sem diálogo e incitada por estudantes que não são da escola. “A Seed estranha os motivos pelos quais houve a ocupação da Escola Dom Luciano, cuja iniciativa primeira partiu de alunos que não são da escola, acrescidos de outras entidades. […] a ocupação sem diálogo e paralisando as aulas, traz enormes prejuízos aos estudantes do colégio e também às famílias, que mantêm seus alunos na escola pública, sem contar o que pode gerar em atraso para o calendário letivo, que finda em janeiro”, diz a nota.
O aluno João Pedro, do 2º ano do Dom Luciano, vê a situação de outra maneira. “A gente precisa lutar por educação. A PEC vai parar a educação no Brasil. A ocupação pode atrasar o ano letivo, sim, mas é melhor atrasar agora do que atrasar a ocupação por 20 anos”, avaliou o jovem. Já para Lua Nascimento, que aderiu a ocupação de forma independente, é um momento de luta pensando no futuro. “Apesar da condição de alunos, nós temos consciência do que está acontecendo e isso é pensando em nosso futuro”, declarou.
Estudantes estão planejando permanência no local
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Ainda conforme nota, a Seed “espera a desocupação pacífica sem prejudicar as aulas normais, estando disposta ao diálogo para encaminhamento das questões atinentes à unidade e ao conjunto dos estudantes do Colégio Dom Luciano”, concluiu.
Outras ocupações
Conforme a USES, já há novas escolas ocupadas em Sergipe. Nesta segunda-feira, 7, a Escola Francisco Rosa, no conjunto Bugio, foi ocupada. Em Itabaiana, o Colégio Murilo Braga também foi alvo de ocupação dos estudantes. Além destes, a Felisbelo Freite, em Itaporanga, Carlos Firpo, na Barra dos Coqueiros, e uma outra escola em Indiaroba já vinham sendo ocupadas.
Por Ícaro Novaes e Verlane Estácio
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