Juiz de Direito ministra palestra na OAB/SE

Seminário aconteceu no auditório da OAB/SE
A primeira fase do I Seminário Estadual dos Juizados Especiais, promovido por formandos do Curso de Direito da Universidade Tiradentes com apoio da OAB/SE, foi marcada por um debate produtivo sobre a qualificação do ensino no país. Pela manhã, o juiz de Direito, Manoel Costa Neto, da Comarca de São Cristóvão, e o presidente da OAB/SE, Henri Clay Andrade, ministraram palestras, destacando a importância de se abrir debates sobre a qualificação do ensino no país.
 
O juiz Costa Neto lamentou a banalização do ensino no país. “Banalizou-se o ensino no país, confundiram democratização do ensino com banalização”, enaltece o juiz, que também é professor. “Democratização é permitir o acesso do povo, de qualquer pessoa, ao terceiro grau. No entanto, ao invés de se continuar a manter a qualidade do ensino o que se fez foi abrir as portas no sentido de banalizar o ensino. Como consequência, vimos a qualidade (do ensino) sendo diminuída e o que assistimos hoje são profissionais desqualificados, vindos de qualquer esfera, uma juventude que  não lê que não aprende a pensar, uma juventude que chega ao terceiro grau sem saber pensar, sem saber raciocinar, uma juventude, em sua grande maioria, alienada politicamente porque confundem politicagem com política”, comentou o magistrado.

“Politicagem é o que a gente assiste hoje na atividade da prática da política partidária. A política é um fenômeno social, uma razão social do ser humano viver, é a preocupação com a atividade da comunidade, a consciência de seus direitos e deveres. O estudante se desapega em virtude do nojo praticado pela politicagem e se afasta completamente daquilo que se chama consciência social e política”, analisa.

O juiz Costa Neto considera que o Exame de Ordem é instrumento eficaz para combater a banalização e qualificar o profissional. “Sou a favor do Exame de Ordem, como sempre fui, como também sou a favor do exame para a medicina, para a odontologia… Ou seja, precisamos alertar os educadores, formadores de profissionais, que eles precisam primar pela qualidade do ensino, não se concebe formar um médico sem o devido aparelhamento porque ele vai lhe dar com vidas, um dentista da mesma forma, formar um professor que vai para a sala de aula desqualificado, uma assistente social… Enfim, qualquer pessoa que for fabricada por uma faculdade ou universidade precisa o mínimo de conhecimento dentro da área para poder atuar bem como profissional futuro e não simplesmente arranjar um diploma e cair na rua para fazer mal ao próximo, inclusive”, observa.

Costa Neto lamenta que estudantes freqüentem as salas das universidades com objetivos restritos. “Hoje o que assistimos no curso de direito, em virtude da confusão da atuação do advogado, é muitos dos formandos que não chegam sequer a se submeterem ao Exame da Ordem porque entraram na faculdade para serem servidores públicos e aí driblam o Exame de Ordem e vão estudar para concurso público”, ressalta.

O magistrado elogia a iniciativa da OAB/SE em apoiar estudantes para realizar eventos jurídicos. “O que a OAB de Sergipe está fazendo é reaproximar o estudante de direito da sua instituição, os estudantes começam a ver que a OAB é seu futuro lar e isto é excelente, principalmente vindo de alguém de cabeça jovem, que é o doutor Henri Clay (presidente da OAB/SE), pessoa que tenho estima pessoal e profissional”.

O seminário ocorreu no auditório da OAB/SE e prosseguirá até o próximo sábado com uma vasta programação e debates sobre os Juizados Especiais.

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