A história dos primeiros anos do antigo Colégio Tiradentes, instituição de ensino que deu origem à atual Universidade Tiradentes (Unit), está contada com mais detalhes em um livro digital que acaba de ser lançado: “Temos orgulho de estudar neste colégio: práticas educativas, memória e arquitetura escolar no Colégio Tiradentes de Sergipe (1962-1967)”. Publicada pela Criação Editora, a obra é a versão adaptada e ampliada de uma dissertação de mestrado defendida em abril do ano passado no Programa de Pós-Graduação em Educação da própria Unit (PPED/Unit). A pesquisa da arquiteta e mestre em Educação Indayane Gomes da Silva, com orientação do professor Cristiano Ferronato, fez um estudo aprofundado sobre a criação e os primeiros anos de funcionamento do antigo colégio, fundado como Ginásio em 21 de abril de 1962.
O trabalho se baseou em uma série de entrevistas com os fundadores da instituição, professores Jouberto Uchôa de Mendonça e Amélia Maria Cerqueira Uchôa, com outros professores da época e ex-alunos, além de jornais da época e outras publicações biográficas. Ele traz ainda um link para o vídeo com a maquete virtual do prédio do Colégio, um antigo pensionato que funcionava na rua Laranjeiras, centro de Aracaju. Essa simulação foi feita com um programa de computador, a partir das informações e especificações técnicas sobre o formato e a disposição da estrutura, dos materiais utilizados, do mobiliário e de outros itens que compunham o imóvel, que foi demolido no fim da década de 2000 para dar lugar a um estacionamento particular.
“O nosso objetivo é ampliar o alcance e o impacto da pesquisa. Geralmente, dissertações são acessíveis apenas em bibliotecas ou repositórios acadêmicos, alcançando um público limitado. Publicar um livro permite que o conteúdo atinja leitores fora do meio acadêmico, como profissionais, estudantes e o público com uma linguagem mais acessível. Nós precisamos destacar tanto o valor do conteúdo original quanto o planejamento necessário para transformá-lo em uma obra com maior alcance e impacto”, afirma Indayane.
A pesquisa que deu origem ao livro também levantou e reuniu outras informações que contextualizam o cenário e panorama educacional de Aracaju na época e contam detalhes sobre o dia-a-dia do Colégio, como as festas e eventos escolares, os currículos dos cursos, a metodologia, a rotina diária, a administração, as práticas pedagógicas e como o espaço escolar era aproveitado pelos alunos. Um dos aspectos que mais se destacaram entre os relatos e dados dos ex-alunos e ex-professores foi o impacto das relações interpessoais, bem como a influência do ambiente educacional.
De acordo com Ferronato, a ideia foi “ir além dos muros” para explorar a identidade institucional do velho Colégio Tiradentes. “O estudo não recai somente sobre a própria escola, mas também a sociedade onde ela está inserida. Portanto, investigações como esta revelam diferentes formas de apropriação e representação dos valores e práticas vivenciadas no cotidiano escolar, integrando tanto as ações dos sujeitos quanto a função das instituições educativas na sociedade. Foi fundamental para solidificação da memória e conexão com a prática, entendendo as transformações ao longo do tempo e os desafios e superações que foram fundamentais para a consolidação da instituição”, destaca ele.
Um dos episódios relembrados no livro foi a ação de despejo que o Colégio sofreu em fevereiro de 1967, por causa de um impasse com a antiga dona do imóvel. O episódio, que resultou em uma transferência forçada do Tiradentes para outro imóvel na Avenida Airton Teles. O episódio mobilizou a imprensa e a opinião pública sergipana, permitindo que permitiu que o colégio não apenas mantivesse a sua quantidade de alunos, mas também aumentasse seu total de matrículas.
“O Colégio Tiradentes se mostrou um espaço de vivências, alegrias e tristezas, que mostrou a importância de valores e disciplina, a criação de um sentimento de comunidade, que mesmo com o infeliz acontecimento do despejo, os alunos se mantiveram firme com a instituição, demonstrando o quanto sua atuação na educação sergipana nesses anos, foram eficientes para institucionalização do colégio em Aracaju”, contextualizam os autores. Eles destacam ainda que vários pontos desta história como exemplos para as escolas de hoje, a exemplo do resgate da identidade e tradição, a adaptação às mudanças e a valorização da figura do professor, que perpetua até hoje com a universidade.
O livro virtual “Temos orgulho de estudar neste colégio: práticas educativas, memória e arquitetura escolar no Colégio Tiradentes de Sergipe (1962-1967)” pode ser encontrado e baixado gratuitamente no site https://www.editoracriacao.com.br/.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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