Medicina Veterinária exige vocação e gosto por animais

Gostar de cãe e gatos é só uma das aptidões necessárias
Gostar de animais é apenas uma das aptidões necessárias a quem desejar ser um médico veterinário. “Ter vocação e o desprendimento de cuidar e tratar do animal, além de estar ciente de que deve estudar bastante e ser dedicado” são outras características listadas pelo coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio Décimo, professor Pablo Hoentsch Languidey, para aqueles que querem se tornar um profissional da área.

Até 1999, quando o curso foi implantado em Sergipe, os veterinários que trabalhavam por aqui eram formados pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). “Quem sentia a vontade de cursar a graduação tinha que ir para esses lugares, algo que mudava muito a vida dos estudantes”, lembra o coordenador.

Competências e mercado de trabalho

Outro pensamento recorrente e que Pablo faz questão de esclarecer é o de que “veterinário só serve para cuidar de cães e gatos”. De acordo com ele, há um leque de opções bem amplo, como o trabalho em supermercados, de apoio à criação e produção de animais, cirurgias, clínicas de grandes e pequenos animais, além da reprodução e inseminação artificial, cujas técnicas hoje se encontram bem adiantadas. “Há ainda a atuação em laboratórios, área que ainda é carente de profissionais no Estado”, acrescenta.

Ainda com relação ao mercado de trabalho, o professor contradiz uma idéia que permeia o imaginário da maioria das pessoas. “Fala-se muito em saturação de profissionais, o que não é verdade. Existe, sim, a exigência por profissionais competentes. Aqueles que não se enquadram nessas exigências, que cada vez ficam mais intensas, ficarão sem oportunidades”, explica. Ele diz que as chances surgem tanto localmente, quanto por várias partes do país. 

Paulo Hoentsch diz que oportunidades surgem para os mais competentes

Uma lei federal de 1966 estabelece o piso salarial para médicos veterinários em seis salários mínimos (o que daria R$ 2.790,00), embora muitos profissionais ganhem menos do que isto. Pablo diz que a faixa salarial varia entre R$ 800 e R$ 1.000; um veterinário em topo de carreira chega a obter ganhos de aproximadamente R$ 8 mil.

“As Prefeituras são obrigadas a terem pelo menos um veterinário concursado, mas acabam desprezando a determinação ou não seguem a remuneração devida. Muitos profissionais têm que trabalhar em mais de um local além do serviço público”, revela.

Falta especialização

A escassez de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado é uma realidade que os profissionais recém-formados têm que lidar. “As faculdades formam profissionais com uma visão generalista, para que o estudante perceba as possibilidades dentro da carreira. Não adiantaria formar apenas um tipo de veterinário, se ele não terá a oportunidade de crescer profissionalmente”, conta Pablo.

Veterinários também devem se especializar em párea de maior interesse
Segundo ele a maioria das oportunidades, nesse sentido, estão em outros estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. “Apenas a graduação não deixa o sujeito apto a atuar em qualquer especialidade. Assim como na Medicina humana é necessária uma Residência, na Veterinária ocorre da mesma forma”, afirma.

O curso

Anualmente são ofertadas 100 vagas pela Faculdade Pio Décimo. A Universidade Federal de Sergipe (UFS) fará vestibular para a primeira turma este ano. O curso tem duração de cinco anos e conta com disciplinas como Anatomia, Farmacologia, Terapêutica, Clínica de Pequenos e Grandes animais, Reprodução e Inseminação Artificial, Inspeção de Produtos de Origem Animal, entre outras.

Conhecer a profissão é crucial

Um conselho dado por Pablo Hoentsch para futuros acadêmicos é conhecer tudo o que for possível sobre a Medicina Veterinária. “Além de se informar sobre a carreira, é bom que o estudante visite a faculdade na busca por maiores esclarecimentos”, diz. Fazer teste vocacional e ter gosto pelos estudos – pois o ritmo de escola e faculdade dista bastante -, são requisitos que devem ser considerados. “Para ter sucesso na carreira é necessário ser um profissional competente. Sendo um estudante competente, com certeza se chega lá!”, afirma Pablo.

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