Atraso no salário dos professores, merenda irregular e sem diversidade, ausência de transporte público para comunidades rurais e falta de cadeiras para os alunos. Essas são as características que definem o ensino público do município da Barra dos Coqueiros, localizado a 2 km da capital do estado.

Segundo o diretor do departamento jurídico do Sintese, Erineto Vieira, os problemas já foram relatados para a prefeitura do município, mas até agora nenhuma providência foi tomada. “Comunicamos as irregularidades ao Ministério Público e os promotores estão averiguando as denúncias. No dia 12 de janeiro será realizada uma audiência no MP para definir o que deverá ser feito. Se o problema persistir o MP deve entrar com uma ação contra o prefeito”, diz.

Problemas

Erineto disse que a situação anda tão caótica que os alunos precisam dividir as cadeiras, caso queiram permanecer na sala de aula. “Alguns chegam a assistir aula nos corredores da escola”, conta. A falta de transporte às comunidades distantes também é outro problema que agrava a situação do ensino público.

“Os professores e os alunos de zonas rurais não conseguem chegam às escolas porque falta óleo diesel para abastecer os ônibus”, conta o diretor. A merenda escolar também apresenta é marcada por irregularidades. “A portaria nº 31 do Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar [FNDE] defende que 60% dos alimentos da merenda sejam de origem natural. A Prefeitura da Barra tem desobedecido às normas e oferecido biscoito para os alunos quase todos os dias”, protesta.

Além disso, o empréstimo contraído na Caixa Econômica Federal por alguns servidores públicos não tem sido pago pela prefeitura do município. “O valor é descontado do nosso contracheque, mas a Prefeitura não repassa o valor para a Caixa”, diz. “É um absurdo o nome dos funcionários irem para o SPC e Serasa por causa da irresponsabilidade dos administradores públicos”, diz.

Para complicar ainda mais a situação, o pagamento dos professores está sendo realizado fora do prazo. “Para você ter uma idéia da situação, o pagamento do salário de dezembro não tem nem previsão para sair. Precisamos reclamar os nossos direitos e lutar por melhores condições de trabalho”, finaliza.

O Portal Infonet tentou entrar em contato com o assessor de comunicação da Prefeitura da Barra dos Coqueiros, mas não obteve êxito.

Por Carla Santana