Muro desaba em escola e pais temem pela segurança

A escola e a fundação dividem o mesmo muro (Fotos: Kátia Susanna/Portal Infonet)

O muro de uma escola estadual que fica vizinha a uma unidade de medida socioeducativa para jovens que cumprem o regime de semi-liberdade caiu há dois meses, o que tem provocado a preocupação de pais de alunos e servidores da escola quanto à segurança. Localizada no conjunto Médici, a Escola Estadual de 1º Grau Poeta Garcia Rosa, que fica ao lado da sede da Fundação Renascer dividiam o mesmo muro. O problema é que há dois meses o muro desabou e a escola ficou aberta para o lado da unidade.

Segundo uma servidora da unidade de ensino, após o desabamento os alunos da escola passaram a assistir aulas trancados nas salas, sem acesso ao recreio e sendo acompanhados dentro da escola para irem ao banheiro ou mesmo tomar água. Tanta preocupação, segundo a servidora pública, é que os jovens da Fundação Renascer tentem alguma violência contra os alunos. A funcionária, que não será identificada, conta que o cuidado é necessário e que os pais de alunos pensam até em retirar os filhos da escola, caso o muro não seja construído.

Com a queda do muro pais e servidores temem pela segurança

"Não sabemos o que pode acontecer, nós somos responsáveis por essas crianças. Na escola só tem vigilante no turno da manhã e mesmo assim o vigia não trabalha armado e não pode fazer nada caso, algum desses meninos tentem alguma coisa. Depois que esse muro caiu já cheguei aqui na escola e encontrei cano quebrado, carteira e banheiro danificado", comenta.

A informação da servidora é que um grupo de professores tentaram retornar as aulas na última segunda-feira [13], mas que ao ficarem sabendo que as obras para a construção do muro não tinha sido iniciada resolveram recuar.

Alguns pais de alunos também conversaram com a equipe do Portal Infonet e afirmaram que temem pela segurança dos filhos, alegaram que não é justo que as crianças fiquem sem ter direito a recreio.

Seed

A passagem para a escola ficou aberta

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (Seed) reconheceu o problema e disse que providencias já estão sendo tomadas. De acordo com a Seed, com a derrubada do muro foi preciso fazer uma licitação para executar a obra, que tem um orçamento de mais de R$186 mil.

A informação é que o projeto já foi para um órgão do governo responsável pela análise das despesas. Após a análise o processo será encaminhado a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que poderá autorizar o processo licitatório. A previsão da Seed é que a licitação seja iniciada em 10 dias. Sobre o não retorno dos professores para as salas de aula, a secretaria desconhece essa informação.

Fundação Renascer

Em nota a assessoria de comunicação da Fundação Renascer afirmou que a sede da fundação, onde estão localizados setores administrativos, o gabinete da diretoria executiva, além de algumas unidades de atendimento, que fica vizinha a Escola Poeta Garcia não representa nenhuma insegurança para os alunos ou mesmo para os servidores.

A Seed reconhece o problema, mas diz que a contrução terá que passar por licitação

A Fundação deixa claro que a queda do muro que pertence à escola não interferiu prejudicialmente nas rotinas de nenhuma das entidades e a inexistência dessa barreira física tampouco significa risco para os estudantes.

A fundação negou que os adolescentes da fundação entraram na escola. “Os adolescentes da Fundação Renascer, em nenhum momento após a queda do muro, entraram na escola ou interferiram na circulação dos seus estudantes. Nas atividades diárias que os reeducandos desempenham eles são sempre acompanhados da equipe técnica. Além disso, cada unidade de atendimento é independente, possuindo muro próprio”, menciona a nota.

A Renascer ressalta ainda que possui uma quadra poliesportiva que é compartilhada há vários anos com a escola Poeta Garcia Rosa e que sempre foi utilizada pelos estudantes da mesma, acompanhados de seus professores, e isso nunca representou risco.

“O temor demonstrado por alguns pais e professores, portanto, não se justifica e pode ser fruto apenas da falta de informação. Informamos ainda que os adolescentes do sexo masculino cumprem medida socioeducativa em meio aberto, ou seja, possuem semi-liberdade e frequentam escolas da própria comunidade e podem sair nos finais de semana para a casa de seus familiares, podendo encontrar os mesmos estudantes da escola em outro momento qualquer. Além desse caso, existem duas unidades de medidas protetivas, uma para adolescentes do sexo feminino e outra para atender jovens com deficiência psíquica cujas unidades também estão localizadas no espaço da Fundação Renascer”, explica a nota.

Por Kátia Susanna

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