Novo cenário para os artistas de Teatro em Sergipe

Foto: Arquivo Infonet
Para todo cenário um novo desafio, um espaço a ser vivido pelo artista e uma mensagem a ser passada para o público. Quem lota a galeria de um espetáculo de teatro, não tem idéia de como é nos bastidores o processo para colocar à disposição uma peça teatral. São figurinistas, preparadores físico e vocal, técnicos em som e imagem, contra-regra, diretor e, é claro, o ator.

Mas para esse ou aquele ator estar atuando e fazendo as coisas acontecerem no palco, há toda uma preparação teórica e prática exercidas em anos de estudo. “Teatro é profissão. Precisamos acabar com o esteriótipo de que teatro é hobby. Muitos vêem a arte como se pudesse fazer de qualquer jeito, mas não é verdade”, frisa Lindolfo.

Estudo, preparação diferenciada e uma capacidade de treinar pessoas para realizar determinada habilidade fazem parte do exercício diário do ator. O professor destaca que o curso é de Ciências Humanas. Ou seja, em sua maioria, tem domínio teórico, mas não descarta conceitos de Ciências Exata, como a aplicação da física quântica em algumas Companhias que trabalham com o movimento e malabarismos do corpo.

Professor e diretor do Teatro Tobias Barreto, Lindolfo Amaral

Conhecimento teórico

Formas de interpretação, história do teatro, corpo e voz fazem parte das inúmeras matérias que vão construir o profissional. Entre as habilidades que o profissional deve ter, o diretor do Teatro Tobias Barreto, aponta a capacidade de lapidar uma pessoa ‘in bruto’ em um potencial artístico para multiplicar conhecimentos de interpretação e afins.    

Mercado de Trabalho

De acordo com o ator, o campo de atividade para os artistas em Teatro em Sergipe tem sido complicado. Muitos atores possuem a prática, mas não o embasamento teórico. “A implantação do curso no Estado se deu em 2007 na Universidade Federal de Sergipe (UFS), dispondo 50 vagas por ano. É a única que tem curso superior nessa área”, explica. O professor diz que a partir dessa implantação, a tendência é tomar outro fôlego. “Existem instituições de artes como o Grupo Imbuaça, Escola Valdice Teles e Centro de Criatividade, além dos colégios tanto particulares como públicos, que oferecem cursos”, diz.

Amaral: Tem uma gama de profissionais que trabalham para montar a peça teatral. 

Professores de escolas particulares, incluindo as oficinas nas escolas de Artes, têm um salário de acordo com o porte da instituição de ensino. Já as escolas públicas, seguem o piso dos professores das redes estadual e municipais. Para um recém-formado, o piso conta em R$ 738,20 para 20h/aula.

Desafios

Quanto ao mercado de trabalho, Lindolfo Amaral diz que é uma área de muitos desafios. Infelizmente, o professor de Teatro não tem como viver exclusivamente de um único trabalho. Ele conta que faz parte do Grupo Imbuaça, ensina na UFS e é diretor do Teatro Tobias Barreto. “É preciso trabalhar paralelamente para se manter. Tem que gostar do que faz. Em Sergipe, diversos grupos têm se destacado. Os passos estão lentos se comparados aos pólos Salvador, Recife e Fortaleza”, diz.

E para às execuções de peças teatrais, muitas vezes os artistas têm que buscar patrocínio, divulgação para colocar algum projeto em prática. O profissional tem que estar atento à realidade. Amaral ressalta que existem produções de grande porte no custo de mais de R$ 200 mil, a exemplo da peça teatral ‘Desvalidos’, – em cartaz durante três meses. Isso inclui diretor, montagem, figurinista, hospedagem, entre outros. “Se não tiver patrocínio, não tem peça teatral e, por conseqüência, não tem artistas atuando”, finaliza.

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