O método, recomendado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho Nacional de Diretores dos Colégios de Aplicação (Condcap), foi considerado o mais justo, já que alunos de escolas públicas e particulares concorrerão de forma igualitária. Metodologia Utilizado até a década de 1980 pela instituição, o sorteio público, naquela época, consistia em convidar escolas para que cada uma delas indicasse dois alunos. Caso a instituição fosse sorteada, os estudantes indicados ingressavam no Colégio de Aplicação. No entanto, o novo processo implantado a partir do final deste ano consistirá em um sorteio público das vagas, onde egressos de escolas públicas e particulares se inscreverão e concorrerão em igualdade de condições. Segundo o diretor do colégio, Nemésio Augusto Silva, essa será a maneira mais justa de seleção, pois vários segmentos sociais poderão concorrer igualmente. “O MEC questionava o sistema de seleção por provas, porque, como escola pública, o Codap deveria atender a todos os segmentos sociais. Outro motivo para a adoção do sorteio foi a aprovação do Plano de Ações Afirmativas (Paaf) pela UFS. Isso condicionou o Codap a seguir a mesma linha de pensamento da universidade. Houve uma discussão na escola favorável a essa mudança”, esclarece o diretor. Para que o sorteio seja um processo transparente e ético, haverá duas comissões: uma responsável pela realização do processo, desde a inscrição até a divulgação do resultado. Paralelamente, haverá outra composta pela direção do Codap, setor técnico-pedagógico (orientadora educacional, supervisora educacional, psicóloga, assistente social e dois professores de matemática e de língua portuguesa). “Eles darão suporte ao novo aluno, aos pais e aos docentes do 6º ano que terão o contato inicial”, esclarece a vice-diretora, Alessandra Machado. O motorista Silvânio Cunha, pai de um estudante do ensino fundamental do Codap, discorda que o sorteio público será mais eficaz. “Acho que muitos candidatos que têm capacidade de entrar e vontade de estudar lá poderão ser prejudicados. Sei que deveria haver chances para o pessoal de escola pública entrar, mas ainda considero que a prova seria a melhor maneira de avaliar o aluno”, justifica. Para Cristina Mendes, mãe de dois estudantes, apenas o novo processo seletivo seria viável se a escola disponibilizasse turmas para a alfabetização, série em que não haveria condições de realizar provas. “O sorteio seria viável se a escola disponibilizasse turmas de alfabetização. O aluno, independente de ter vindo de escola pública ou particular se não tiver base não consegue acompanhar. Na última reunião com os pais, a direção alegou que 90% dos alunos vieram de escola particular. Mas de que tipo de estabelecimento privado? Escola de bairro. Esses alunos não vieram dessas escolas com mais renome. O que deveria mudar mesmo é o sistema público de ensino”, critica. Ao ser questionado se a qualidade do ensino diminuirá com a adoção do sorteio público, Nemésio acredita que isso não vai ocorrer porque o Codap refletirá de maneira mais precisa a realidade da educação básica municipal e estadual.“Não acredito que vai cair a qualidade da escola pública. Na De acordo com a vice-diretora Alessandra Machado, com a prova, a condição mínima para o concurso era ser alfabetizado. “Com o sorteio, o que pode acontecer é que o aluno do 6º ano possa ter deficiência em português e matemática. O 6º ano recebe toda a formação necessária para sanar essas dificuldades. Não é uma escola que prepara apenas para o vestibular”, complementa Alessandra. Para Isabela Menezes, membro do Grêmio Estudantil do Colégio de Aplicação, o sorteio público contribuirá sim para diminuir a qualidade de ensino do colégio. “O grêmio não está aprovando porque cada vez mais o nível de ensino está caindo. Como é uma decisão do MEC, lutaremos para que o Codap mantenha o processo de jubilamento, no qual se o aluno reprovar por dois anos seguidos, o aluno sairá do colégio. Com esse sistema de sorteio, o estudante pode reprovar quantos anos quiser e não sairá da escola. Se houvesse um ensino de qualidade para a escola pública, não mudaria o processo seletivo”, opina.
A lista dos aprovados para o 6º ano do Ensino Fundamental (antiga 5ª série) foi divulgada ontem, 15, pelo Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe (Codap/UFS). Mais de 1300 estudantes se inscreveram para disputar 50 vagas ofertadas pela instituição neste que foi o último processo seletivo realizado com a aplicação de provas. A partir de 2010, os alunos serão escolhidos por meio de um sorteio público. Foto: Arquivo Portal Infonet
No Brasil, das 16 instituições federais de ensino superior que possuem Codaps, apenas a UFS e a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) ainda realizavam a seleção por meio de provas. Um dos motivos para adoção do sorteio é que quase 90% dos aprovados no exame vieram de instituições privadas. O assunto gerou discussões entre alunos, pais e a instituição. O Portal Infonet esclarece esse novo procedimento e expõe a opinião dos pais e estudantes. Nemésio Augusto Silva, diretor do Codap / Foto: Portal Infonet
Divergências Cristina Mendes, mão de dois estudantes do colégio afirma que mudança tem que ser no sistema público de ensino / Foto: Portal Infonet
medida em que trabalha com alunos de vários níveis de aprendizagem, o professor terá que buscar novos procedimentos pedagógicos para suprir essa nova realidade do colégio”, argumenta. Isabela Menezes afirma que o Grêmio do colégio não aprova novo sistema / Foto: Portal Infonet
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