Visando reduzir o racismo institucional na sociedade, diversos órgãos debateram, nesta sexta-feira, 30, métodos para expandir e reafirmar o ensino das culturas africana, afro-brasileira e indígena nas escolas da rede pública da capital e do interior.
Foi oferecida aos professores uma capacitação para tratar de temas da cultura negra em sala de aula. A ideia é reforçar os dispositivos das leis 10.639/03 e 11.645/96, que determinam o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena em escolas de ensino fundamental e médio, sejam oficiais ou particulares.
O evento foi proporcionado pelo Ministério Público Estadual (MPE), Secretaria de Estado da Educação (Seed) e Secretaria Municipal de Educação (Semed). O promotor de Justiça e coordenador da Coordenadoria Étnico-Racial Luiz Fausto Valois espera que, com o seminário, o ensino do tema seja ‘multiplicado’ em todo o Estado. “Estamos em um espaço nobre, dando oportunidade que os professores sejam capacitados e sensibilizados a contar a história da cultura negra e ressaltar que 54% da população é negro e que existem vultos históricos de pessoas que podem servir de espelho para os jovens”.
O secretário de estado da Educação, Josué Modesto, destacou que o racismo é consequência da escravidão. “Primeiro, as sociedades são racistas no sentido de desqualificar outros seres humanos. Depois, a sociedade escravista internaliza isso como valores perenes. Ainda há um trabalho a ser feito de reconstrução, porque há uma herança cultural, às vezes sutil, às vezes nem tanto, de desqualificação de seres humanos. Ela tem muito a ver com a longa história de escravidão que penetrou em diversos lugares do mundo. Chama atenção a riqueza da cultura afro e indígena, mas historicamente alguns segmentos sociais ficaram excluídos do acesso à educação, e o resgate passa pelo efetivo acesso à educação de qualidade”.
Pelos membros da mesa, foram exibidos meios de mostrar a cultura africana em sala de aula, a exemplo do uso de filmes temáticos. Durante o evento, houve a apresentação do grupo ‘Um Quê de Negritude’, destacando a cultura afro e a mística da religiosidade.
Para Josevanda Mendonça Franco, a escola é um reflexo da sociedade. “Temos uma sociedade marcada pelo preconceito e pela desigualdade. Todo o trabalho feito está focado na redução dessas desigualdades como forma de assegurar direitos e de garantir um ambiente harmônico, de aprendizado. O trabalho precisa ser construído a partir da realidade de cada escola. O referencial é sempre trabalhar para construir um conceito de equidade que possa ser injetado no universo social”, finalizou.
Por Victor Siqueira
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