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Longa fila na Escola Municipal (Fotos: Portal Infonet) |
Centenas de pais e alunos dormiram na porta da Escola Municipal de Ensino Fundamental Oviêdo Teixeira, localizada no bairro São Carlos, na tentativa de realizar a matrícula que foi iniciada na manhã desta quinta-feira, 7. Uma espera que durou 36h para a diarista, Sonia Pereira de Jesus.
“Várias pessoas assim como eu dormiram aqui desde terça-feira. É um absurdo que tenhamos que ficar aqui de sol ao relento para tentar conseguir uma vaga em uma escola para nossos filhos”, reclama.
Muitos levaram colchões, papelões, lençóis e ainda contaram com a solidariedade de vizinhos para enfrentar a vigília.
“Estamos aqui não é porque somos irresponsáveis não, estamos aqui porque queremos que as crianças tenham oportunidade de estudar em uma boa escola e perto de casa. Na região não tem outra escola que possamos matricular as crianças, tem escola no Bugio, mas já fica longe, os pais teriam que levar de ônibus e nem todos podem pagar a passagem”, salienta Maria do Carmo Rodrigues de Jesus.
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Após a retirada da polícia, a Guarda Municipal atuou no reforço |
Com a abertura dos portões para a realização das matrículas muitos pais alegaram que alguns moradores se aproveitaram da situação e dormiram na fila para vender os primeiros lugares. Houve confusão e foi preciso acionar a polícia para conter os ânimos. “Soube que teve gente aqui vendendo o lugar por R$ 40 e até R$ 100 e ninguém fez nada para impedir isso. Estou na fila para fazer a matrícula para tentar um futuro melhor para meu filho e estamos nessa situação de humilhação”, fala.
O coordenador geral da escola, Ayslan Jorge Santos Araújo, foi solidário com os pais e disse que tentou formas de minimizar os transtornos, mas que esbarrou na legislação.
“Ontem quando vi esses pais, achei penoso é uma situação que não desejo. Infelizmente cheguei a sugerir a Secretária da Educação que realizasse um sorteio público, mas esbarrou na legislação”, lamentou o coordenador que enfatiza que a escola é uma referência na comunidade, o que justifica o esforço dos pais na hora da matrícula.
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Coordenador reconhece que o número é insuficiente para atender a todos
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Ayslan Jorge Santos reforça que a taxa de natalidade da comunidade é alta e a procura por vagas tem aumentado nos últimos anos e reforça que a escola que atende crianças da 1ª ao 8ª série disponibiliza programas de inclusão (Paeja, ProJovem e outros) que atraem os pais.
“Nós últimos anos o nosso IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] melhorou. A nossa oferta de vagas também cresceu, mas infelizmente não tem como atender a todos que nos procuram. Em 2011 tínhamos 1180 alunos, em 2012 chegamos a 1608 e este ano estamos ofertando 150 vagas", explica.
A redação do Portal Infonet entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria da Educação que esclareceu que todas as crianças terão garantias de vagas em escolas próximas. A assessoria disse ainda que a secretaria poderá ainda disponibilizar transporte para os alunos que forem matriculados distantes da residência.
Por Kátia Susanna
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