Pais dormem na porta de escola à procura de vagas

(Fotos: Portal Infonet) Pais de alunos improvisaram colchões e barracas para passar a noite Cartaz mostra o número de vagas na Escola Municipal Dom Avelar Brandão Vilela Pais buscam vagas para os filhos em escola municipal

Na manhã deste domingo, 3, a equipe do Portal Infonet esteve em duas escolas municipais da capital sergipana onde pais de alunos estão dormindo na porta das escolas, Oviedo Teixeira e Dom Avelar Brandão Vilela, ambas localizadas no bairro Olaria, desde a última quinta-feira, dia 31 de dezembro do ano passado. O motivo é a procura por vagas. As matrículas serão iniciadas somente nesta segunda-feira, 4, mas os pais alegam que a procura é intensa.

“Todos os anos passamos por essa situação para consegui uma vaga para as crianças aqui do bairro”, observa a mãe Adriana dos Santos, que busca uma vaga para o filho de seis anos na Escola Oviedo Teixeira.

Os pais também reclamam da falta de informações em relação ao número de vagas no portão da Escola Oviedo Teixeira. “Estamos aqui e não sabemos quantas vagas estão disponíveis. Estamos dormindo aqui e nem sabemos se vamos consegui uma vaga”, lembra Jussara dos Santos Pereira.

Os pais também denunciam a venda de locais na fila para a matrícula. “Já existem pessoas aqui vendendo os lugares a R$ 50 e algumas mães pagam porque essa é a única esperança para ter o filho matriculado. Muitas mães não podem vim dormir porque infelizmente os filhos são pequenos, e pagam para alguém dormir para elas”, diz uma das mães que prefere não ser identificada.

A poucos metros da escola Oviedo Teixeira, outras centenas de pais de alunos também estão na fila desde a última sexta-feira, 1º. Na Escola Dom Avelar Brandão Vilela os pais também denunciam a venda de locais na fila por até R$ 100 e dizem que apesar de cartazes informar o número de vagas, a quantidade ainda é insuficiente.

“Estou aqui buscando vagas para o meu filho de três anos e para minha sobrinha de dois anos e não sei se vou consegui. Estamos dormindo aqui na fila, tudo porque não temos dinheiro para pagar uma pessoa para ficar em uma creche particular e precisamos trabalhar”, fala Maria do Carmo.

Por Kátia Susanna