Pais enfrentam filas no Atheneu e criam grupos nas redes

Sofrência e Felicidade no Atheneu: grupo no Whatsapp (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

As filas começaram a ser dissipadas nas duas escolas públicas mais procuradas neste início de ano letivo na manhã desta segunda-feira, 23, quando o expediente foi efetivamente iniciado. Os pais se revezaram durante todo o final de semana na expectativa de garantir uma vaga nas escolas que se apresentam como referência.

Mesmo com os transtornos, as famílias utilizaram a criatividade e o humor, aproveitaram o momento para construir novas amizades e até criaram grupos nas redes sociais para narrar a rotina dos pernoites. “Primeiro criamos o Sofrência no Atheneu, mas hoje o grupo é Felicidade no Atheneu”, explicou Andrea Mendes, que chegou à fila no Atheneu às 17h30 da sexta-feira, 20, e nesta segunda-feira, conseguiu logo pela manhã garantir a matrícula de uma das primas no primeiro ano do ensino médio.

O colégio Atheneu abriu a matrícula antes do horário previsto, por volta das 6h, segundo declarações das próprias mães de alunos, que se revezaram em pernoite desde a quinta-feira passada, 19, acampadas no pátio da escola para garantir a matrícula dos respectivos filhos.

Retorno ao lar: felicidade

Da “sofrência” à “felicidade no Atheneu”, as mães optaram por colher frutos positivos nesta convivência. “Foi tudo com muito sofrimento e raiva, mas fomos bem tratados aqui”, contou. “Nos serviram água, cafezinho e até pão com margarina”, contou a dona de casa Cristina Siqueira. Ela Chegou na quinta-feira, 19, às 9h, conseguiu a senha de número quatro, não arredou pé da escola, revezando-se com o esposo e com a própria filha, pretendente da vaga. Por volta das 7h desta segunda-feira, 23, estava desarmando o acampamento improvisado no pátio interno do Atheneu. “Agora estou voltando para casa realizada”, enalteceu.

Dom Luciano

No D. Luciano, o atendimento começou mais tarde e foram formadas grandes filas na quadra da escola, mesmo depois de distribuídas as senhas. “Tentei lá no Atheneu, mas não consegui. Mas vim pra aqui e peguei a senha dez para o terceiro ano porque a demanda maior é realmente para o primeiro ano”, comenta a pedagoga Maria José de Oliveira que está transferindo o filho da Bahia para Sergipe.

O estudante Wendel Eldic, 17, está tentando matricular o irmão no nono ano do ensino fundamental e pernoitou no D. Luciano, dormindo num improvisado acampamento amparado em uma cadeira de praia. “Durante a noite foi tranquilo. Hoje teve uma confusão porque teve gente que pegou senha e foi pra casa dormir. E os outros que ficaram aqui, que dormiram aqui?”, desabafou. “Mas depois tudo ficou organizado e estas pessoas foram para o fim da fila”, revelou. As filas continuam em ambos os colégios.

Genaldo Freitas: revisão de provas

Reprovação

Muitos pais contentes pela vaga conquistada, mas outros nem tanto. Um grupo de pais reclamou porque os filhos foram reprovados no Atheneu Sergipense. Pelas regras do colégio, o repetente não tem direito a nova matrícula e a alternativa é a transferência para outra escola. Segundo o diretor, Genaldo Freitas, 58 alunos de uma das turmas foram reprovados em matemática. Os pais e os próprios alunos procuraram explicações, reclamando da prática pedagógica do professor. “Durante o ano, nenhum aluno formalizou a reclamação e agora orientamos os alunos a pedirem revisão da prova”, conta o diretor.

A prova foi revisada por um outro professor, Romoaldo Alencar, que não integra o quadro daquele colégio. Na revisão, o professor Romoaldo Alencar fez um relatório informando que não teria encontrado problemas nas questões reclamadas e os alunos permanecem reprovados. Outros professores reclamam da conduta dos alunos daquela turma específica. “Esta turma é realmente um problema. Inúmeras vezes, procurei a coordenação porque eles não faziam as atividades”, observou o professor João Carlos Costa, de Geografia.

Com o resultado da revisão, alguns pais reconheceram a deficiência do filho e se conformaram. “Reconheço que minha filha errou, agora é reclamar com ela e procurar outra escola. Ela brincou muito”, desabafou o garçom Gilton Lima. Feita a revisão, os alunos permanecem reprovados.

Por Cássia Santana

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