Pesquisadores de Sergipe estudam o macaco Guigó

Macaco Guigó (Foto: Divulgação)

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão atuando na Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, área protegida pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), localizada no município de Capela, visando aumentar o conhecimento sobre a espécie Callicebus coimbrai, conhecida popularmente como “macaco guigó”.  Os trabalhos de pesquisas estão sendo orientados pelo primatólogo e pesquisador da UFS, Prof. Dr. Stephen Francis Ferrari.

A equipe realiza estudos que visam verificar aspectos ecológicos e comportamentais do macaco guigó, como também possíveis interações com outras espécies de primatas existentes no local. Segundo o doutorando da UFPB, João Pedro Souza Alves, a pesquisa foi iniciada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA), em parceria com a UFS e o IBAMA/SE, no ano de 2006, quando foi descoberta a presença do guigó na área do Junco. Ressalta João Pedro que através da criação e implementação da unidade de conservação, foi que iniciaram de fato as pesquisas mais aprofundadas sobre a espécie.

“Os trabalhos foram aprofundados no ano de 2008, na qual foi feito um levantamento populacional da espécie, e em 2010 iniciaram os estudos de ecologia e comportamento”, afirma João Pedro, destacando que além de verificar os aspectos ecológicos e comportamentais da espécie em extinção, os estudos tendem a aumentar o conhecimento da composição florística do RVS Mata do Junco.

Estudos

Já em relação aos estudos do primata, o biólogo João Pedro destaca que ele pretende apresentar ferramentas que possam auxiliar na elaboração de estratégias de conservação e manejo, tanto para a UC, como para outras áreas com a presença da espécie, contribuindo para o aumento do conhecimento científico sobre a fauna e flora sergipana.

Destaca ainda que atualmente já se somam seis estudos relacionados ao primata dentro da Mata do Junco, o qual, dois foram de trabalho de graduação da Universidade Federal de Sergipe, dois de dissertações de mestrado do núcleo de ecologia e conservação da UFS. “Além desses estudos já finalizados estão sendo executados outros três, sendo um trabalho de graduação da UFS e dois de doutoramento do programa de pós-graduação em zoologia da UFPB”, disse.

O doutorando informa ainda que além de aumentar o conhecimento científico, os trabalhos levam o nome do RVS Mata do Junco ao cenário mundial. “Além do apoio as pesquisas de órgãos nacionais como a  Semarh, UFS, CNPq e a fundação O Boticário de Proteção a Natureza, os estudos também são apoiados por instituições estrangeiras, tal como a Sociedade Internacional de Primatologia e o Jardim Botânico de Nova York”, afirma.

Para o Dr. Stephen Ferrari os trabalhos, além de contribuir para a aprendizagem dos alunos, servem como um incentivo para a conservação da fauna e da flora. “Nosso trabalho focaliza um elemento de um único sistema, mas nosso foco é contribuir para a proteção desse sistema que tem uma série de valores para a sociedade a exemplo da preservação das nascentes, da proteção biodiversidade e da sustentabilidade”, afirma.

O secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes, demonstra satisfação com o fato da Unidade de Conservação da Mata do Junco servir de centro de pesquisa para universidades de outros Estados.

Macaco Guigó

A espécie Callicebus coimbrai, conhecida popularmente como “macaco guigó” ou “guigó-de-Sergipe”, espécie de distribuição geográfica restrita a Sergipe e Norte da Bahia, vem sofrendo as consequências da fragmentação da floresta atlântica. Hoje em dia o macaco é considerado uma das espécies ameaçadas em extinção devido à redução e fragmentação de seus habitats naturais.

Segundo o Livro Vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção o gênero Callicebus quando adulto pesa aproximadamente 1 kg, apresentando hábito diurno e arborícola, com alimentação predominante de frutos, mas também ingerem folhas e flores, podendo consumir pequenos animais. Sua potente vocalização é uma das características mais marcantes dos guigós.

Para a gestora da unidade de conservação do Refugio de Vida Silvestre Mata do Junco, Augusta Barbosa, a presença do macaco guigó na unidade fortalece as ações de conservação dos fragmentos de Mata Atlântica do território sergipano, criando um ambiente de pertencimento e de valorização das áreas protegidas, especialmente nas unidades de conservação da natureza.

“A Semarh enquanto órgão administrador do RVS Mata do Junco vem atuando desenvolvendo estratégias para ampliação dos conhecimentos sobre a biodiversidade de Sergipe. Assim, a Universidade Federal de Sergipe vem desempenhando um papel fundamental na geração de conhecimentos”, enfatiza.

Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco

Criada pelo Governador Marcelo Déda no ano de 2007 o Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco protege 894,76 hectares de Mata Atlântica, garantindo o habitat de populações silvestres do macaco guigó (Callicebus coimbrai), com manutenção da qualidade ambiental das nascentes do Riacho Lagartixo – principal manancial de abastecimento público da cidade de Capela. Apesar de sua recente criação o RVS Mata do Junco já dispõe de infraestrutura necessária ao desenvolvimento de atividades de proteção, pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo.

Fonte: Divulgação

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