Professores da rede estadual fazem paralisação por retomada do triênio

O Sintese ressalta que o movimento não tem caráter de confronto, mas de pressão legítima por uma resposta do Executivo estadual. A categoria permanece mobilizada e aguarda uma reunião com o governador Fábio Mitidieri (PSD) para destravar as negociações.

De acordo com o Sintese, a mobilização começou com panfletagens realizadas nos principais terminais de integração da Grande Aracaju (Fotos: Sintese)

Professores da rede estadual de ensino de Sergipe realizam nesta segunda-feira, 13, uma paralisação de alerta para cobrar do Governo do Estado uma resposta efetiva sobre a retomada do triênio, gratificação por tempo de serviço que integra a política de valorização do magistério.

De acordo com o Sintese, a mobilização começou logo nas primeiras horas da manhã, com panfletagens realizadas a partir das 5h30 nos principais terminais de integração da Grande Aracaju — DIA, Mercado, Rodoviária Nova, Maracaju, UFS e Marcos Freire. O objetivo foi dialogar com a população sobre os motivos da paralisação e esclarecer que o movimento não se trata apenas de reivindicação salarial, mas de um impasse nas negociações com o governo.

O presidente do Sintese, Roberto Silva durante a manifestação

“A panfletagem tem esse papel de conversar com a sociedade, explicar o porquê da paralisação e mostrar que os professores estão em busca de diálogo e respeito às negociações já iniciadas. O governo precisa retomar o processo e assumir o comando dessa conversa”, afirmou o presidente do Sintese, Roberto Silva.

Após as ações nos terminais, os docentes se concentraram em frente à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no bairro Jardins, e seguiram em marcha até o Palácio de Despachos, sede do Governo de Sergipe, onde esperam uma sinalização de abertura de diálogo.

Segundo Roberto, o movimento desta segunda ocorre porque o governo estadual construiu uma proposta de recomposição para o magistério, mas ela não foi oficialmente apresentada à categoria. “O que soubemos é que houve discordâncias internas dentro do próprio governo, especialmente entre secretarias, o que acabou travando o processo. Se há divergências dentro da gestão, cabe ao governador resolvê-las. O magistério não pode ser penalizado por isso”, pontuou.

O presidente do sindicato lembrou ainda que, em agosto, o governo chegou a apresentar uma proposta de reajuste, mas o valor previsto para o triênio — um acréscimo de apenas R$ 7,22 — foi considerado insuficiente pelos professores e rejeitado em assembleia. Desde então, o Sintese apresentou uma nova proposta que respeita o limite orçamentário de R$ 70 milhões anuais, informado pelo próprio governador, e prevê a retomada gradativa do triênio em até três anos.

“Construímos uma proposta viável, dentro do limite que o governo disse ter, e ainda assim ela não foi apresentada oficialmente. Queremos apenas que o Estado apresente sua posição e permita o avanço das negociações. Nossa paralisação é um alerta, um chamado ao diálogo”, reforçou Roberto.

O Sintese ressalta que o movimento não tem caráter de confronto, mas de pressão legítima por uma resposta do Executivo estadual. A categoria permanece mobilizada e aguarda uma reunião com o governador Fábio Mitidieri (PSD) para destravar as negociações.

O que diz o Governo de Sergipe

Em nota, o Governo de Sergipe informa que o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) deferiu o pedido de liminar da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e determinou a suspensão da paralisação/greve do Sintese programada para esta segunda-feira, 13. Assim, todas as escolas públicas estaduais estarão abertas e em funcionamento nesta segunda-feira, garantindo alimentação escolar, transporte, monitoria e conteúdo.

“A gestão estadual tem priorizado demandas de todas as categorias, reconhecendo a importância e cumprido todos os acordos celebrados. Um deles é com os profissionais do magistério, cujo diálogo é mantido e fortalecido desde 2023, seguido ininterruptamente no ano de 2025”, diz um trecho do comunicado.

O Governo de Sergipe diz ainda que está em constante diálogo com o Sintese. “Nesses 34 meses de gestão, diversas ações já foram implementadas para atender reivindicações históricas da categoria do magistério, a exemplo da retomada da carreira congelada por 16 anos, investimentos na valorização dos servidores públicos, melhorias estruturais na rede estadual de ensino, entre muitas outras”, avalia.

por João Paulo Schneider 

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