Professores multiplicadores que atuam no Programa Escola Ativa estão participando do II módulo de formação, que teve início nesta segunda-feira, 28, no Hotel Real Classic, e se estenderá até a próxima sexta-feira, 1º. O módulo, que tem como tema “Introdução à Educação no Campo”, começou com uma mesa-redonda com a participação da professora da UFS, Sônia Meire, da secretária adjunta de Boquim, Lídia Andrade, do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Esmeraldo Leal, e da coordenadora do Núcleo de Educação no Campo, Acácia Daniel. Curso tem atividades até o dia 1º de abril (Foto: Ascom/Seed)
O curso de formação está sendo ministrado para 72 professores multiplicadores de todo o Estado. A mesa de debates teve como tema “Política, Movimentos Sociais e Educação no Campo em Sergipe”, na qual foi discutida a importância dos movimentos sociais para a melhoria da educação no campo.
A coordenadora do Núcleo de Educação no Campo, Acácia Daniel, ressaltou a importância de se fazer essa formação com os professores. “Um debate importante para que o estado inaugure uma nova discussão sobre a educação no campo, que é ainda uma coisa nova em Sergipe. A Seed se compromete em desenvolver projetos e programas para esse tipo de ensino”, disse.
A professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Sônia Meire, destacou a necessidade do curso de formação para a conscientização dos professores multiplicadores. “A educação no campo ainda é muito ruim no país e não tem meios que possibilitem um real aprendizado. A educação é um direito público que todos precisam ter, e os movimentos sociais iniciaram o acesso à educação através do estado. É importante essa discussão para que os professores entendam esse processo”, afirmou.
Conscientização
Um dos principais objetivos da formação do Programa Escola Ativa é a conscientização dos professores multiplicadores do projeto. A secretária adjunta do município de Boquim, Lídia Andrade, que também é membro do Comitê Estadual de Educação no Campo, explicou a necessidade desses encontros e discussões. “Esses professores são formadores em cada município. O debate visa conscientizar sobre a educação no campo, para que eles possam dar maior importância aos trabalhadores rurais e façam com que as crianças se desenvolvam mais”, disse.
Já o professor multiplicador José Adelmir Santos, que atua no município de Canindé do São Francisco, ressaltou que o programa Escola Ativa promove a permanência do aluno no meio rural. “Hoje as escolas rurais não preparam o aluno para a vida no campo, prepara para a vida. Isso acaba gerando o êxodo rural, levando a juventude a morar na cidade e deixar o campo de lado. O programa tenta resgatar esse jovem de volta para o campo”, explicou.
A mesma opinião foi compartilhada pela técnica da Seed, Marly Cardoso Santos, que também está participando da formação. “Muitos professores ainda não têm noção da importância da educação no campo. O objetivo do programa é dar a eles essa necessidade, para que possam fazer com que cada aluno se mantenha no campo”, afirmou.
Programação
Na próxima terça-feira, 29, haverá a palestra Educação do Campo como direito humano e social, ministrada pela coordenadora do Núcleo de Educação do Campo da Seed, Acácia Daniel. Outra palestra será proferida pelo engenheiro agrônomo Manoel Oliveira Neto, com o tema Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável. Pela tarde, será a vez da palestra Do acampamento ao Projeto Assentamento: lutas e conquistas, ministradas por Irandir Silva de Jesus, coordenadora da Educação no Campo na secretaria municipal de Educação de Canindé do São Francisco.
Na quarta-feira, 30, haverá a apresentação de diversos painéis e a apresentação de um grupo de trabalho. Na quinta-feira, 31, será realizada a socialização das discussões do grupo de trabalho A Escola Ativa no Movimento da Educação do Campo: limites, perspectivas e possibilidades. Haverá também relatos de experiências e debates.
No dia do encerramento, 1º de abril, será a vez do debate Educação do Campo nos Municípios de Sergipe, realizado pelas professoras formadoras Lídia Maria e Sandra Oliveira. Haverá também a socialização da Formação do Módulo I e uma avaliação do segundo encontro.
Escola Ativa
Idealizado pelo governo federal, o projeto Escola Ativa é uma estratégia metodológica criada para combater a reprovação e o abandono da sala de aula pelos alunos das escolas rurais de todas as regiões do Brasil. Foi desenvolvido especificamente para as classes multisseriadas, onde alunos de diferentes idades e séries realizam suas atividades escolares na mesma sala de aula.
Para garantir a melhoria da qualidade da educação no meio rural, o projeto utiliza diversos recursos, desde a autoaprendizagem e o trabalho em grupo até o ensino por meio de módulos e livros didáticos especiais. Além disso, a Escola Ativa estimula a participação da comunidade e viabiliza a capacitação e atualização dos professores.
Fonte: Seed