Projeto visa reduzir número de estudantes fora das salas de aula

Técnica de Enfermagem Milena Oliveira e seu filho Arthur Oliveira (Foto: divulgação/acervo pessoal)

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que a evasão escolar no Brasil atingiu cinco milhões de estudantes. Durante a pandemia, esse número teve uma crescente, sendo 5% entre os alunos do ensino fundamental e 10% no ensino médio.

A evasão escolar é um problema que já existia no Brasil, mas que com a pandemia do novo coronavírus se intensificou. Quatro em cada dez estudantes da rede pública correm o risco de abandonar a escola. As estatísticas só reforçam a falta de promoção de campanhas para uma educação igualitária. O isolamento social fez com que crianças e adolescentes que não tinham acesso à educação a distância abandonassem os estudos, o que piora o quadro da desigualdade social.

As causas para o abandono são diversas e, segundo apuração realizada pela equipe de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho, os motivos podem ser gravidez, a necessidade de trabalhar, falta de expectativa no futuro e desinteresse. Mesmo com o ensino remoto e com toda vontade de manter a rotina educacional do corpo estudantil, alunos e pais, a defasagem ainda é grande e todos precisarão correr atrás do tempo perdido.

Consultora Luana Alkmin e seus filhos Lunna Rosário e Kaio Davi (Foto: divulgação/acervo pessoal)

A técnica de enfermagem Milena Oliveira, de 40 anos, é uma dessas mães que correram atrás para auxiliar os estudos do seu filho Arthur Oliveira, de 8 anos. No ano de 2020, o pequeno estava na alfabetização e precisou abandonar os estudos pois sua mãe não conseguia conciliar o seu trabalho com a educação do filho.

“Eu não tinha como acompanhar ele em suas aulas on-line, por conta disso ele ficou um ano inativo na escola. Porém, em 2021 eu decidi que isso precisava mudar pois a educação e os sonhos do meu filho não poderiam mais esperar. Então, eu sento com ele todos os dias para a gente fazer a aula on-line, vou acompanhando e apesar de ele estar matriculado em uma escola boa, o fato de estar auxiliando, podendo prestar atenção, acompanhando o crescimento é muito bom”, relata.

Além de Arthur, Milena é mãe de Isabela Oliveira, 19 anos, que durante a pandemia estava em ano de conclusão do ensino médio e que pensou em desistir por não conseguir se adaptar às mudanças e rotina do ensino remoto. Porém, com auxílio da mãe, a jovem conseguiu concluir esta etapa.

“A minha filha precisou terminar o ensino médio no meio da pandemia, de forma on-line. Foi muito complicado. Ela sempre sonhou em seguir a carreira militar e já havia planejado toda a sua vida, porém, a pandemia atrasou a concretização desse sonho, mas não freou. Mesmo com toda dificuldade ela seguiu estudando e conseguiu concluir o ensino médio”, conta orgulhosa.

Iniciativas para combater a evasão escolar

Ainda de acordo com dados da Unicef, nos últimos anos, o país vinha avançando, mesmo que lentamente, no acesso de crianças e adolescentes à escola, porém, com a pandemia, o país ainda corre risco de regredir duas décadas.

Para mudar esse quadro alarmante, algumas iniciativas promovem ações de combate e levam aos estudantes e às escolas benefícios que garantem a oferta da educação em todos os cantos do país. Uma delas é a campanha “Volta Pra Escola”, do Instituto Natura, que tem o objetivo de sensibilizar as consultoras, seus familiares e clientes sobre o papel social da escola e a importância do retorno das aulas para diminuir a evasão escolar.

Neste ano, a venda de uma das linhas de produtos da empresa de cosméticos será revertida em benfeitorias nas escolas com objetivo de facilitar o acesso dos colaboradores à educação. Uma das consultoras beneficiadas com o projeto foi a Líder de Negócios e professora de Geografia Luana Alkimim, 37 anos, que pôde ver as ações de melhoria proporcionadas pelo projeto na escola de um dos seus filhos.

“A escola que o meu filho estudava foi uma das beneficiadas pelo projeto. Os espaços de convívio comum, de alimentação, o parquinho onde as crianças brincavam, foram reformados. Então além de melhorar as escolas, as consultoras são beneficiadas com cursos de idiomas, graduações, pós-graduações, tudo isso com a ajuda do projeto”, detalha a consultora.

Mãe de dois filhos, a consultora pontua sobre o papel fundamental da retomada das aulas presenciais e da conscientização das crianças, adolescentes e as famílias sobre os cuidados que ainda precisam ser tomados para evitar o contágio pelo coronavírus. “Por mais que se tenha medo do contágio, com as vacinas, podemos começar a pensar em retornar às aulas presenciais. Minha filha mais velha já tomou a vacina mas, ainda assim, a gente sabe que corre riscos. Então, eu a oriento a usar álcool em gel, sempre estar de máscara, não trocar objetos pessoais com os colegas, manter o distanciamento social. E isso é benéfico para todos”, destaca.

Luana reconhece a importância da educação para formar uma criança que sonha com um futuro e mais à frente, um adulto consciente. “É hora de voltarmos a sonhar novamente, e isso só é possível com a educação. Não importa de onde a pessoa vem, o que importa é o que ela pode fazer se tiver o poder da educação. É como se fosse uma corrente que influencia positivamente a vida de quem te cerca”, pontua.

Sobre o Projeto

Desde 1995, os produtos de Natura Crer Para Ver – única linha não-cosmética da Natura que inclui mochilas, estojo, garrafas e canecas – têm o lucro integralmente revertido ao apoio da educação pública (por meio da alfabetização de crianças até sete anos de idade e do ensino médio em tempo integral para jovens) e do desenvolvimento integral das Consultoras de Beleza Natura por meio da educação. Todos os recursos são geridos pelo Instituto Natura, responsável por implementar as iniciativas.

A campanha conta com um site que oferece uma jornada de reflexão, com dados e informações de conscientização sobre como combater a evasão escolar, além de uma série de vídeos com histórias inspiradoras de consultoras de vendas que reconhecem o valor da educação. No site é possível se cadastrar e apoiar a campanha.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

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