Própolis: extrato está sendo estudado para cicatrização

(Foto: Ascom Fapitec)

A própolis é uma substância produzida pelas abelhas e formada por ceras e resinas. No Nordeste, a própolis vermelha, variedade recentemente classificada, é encontrada principalmente nos estados da Bahia, Alagoas, Paraíba e Sergipe. Um grupo de pesquisadores da Universidade Tiradentes (Unit) está desenvolvendo membranas cicatrizantes incorporando o extrato da própolis vermelha, a qual possui atividades anti-inflamatória e antimicrobiana, facilitando o  processo de reparo do tecido lesado.

O projeto de pesquisa da doutora em Ciências Farmacêuticas, Juliana Cordeiro Cardoso, concorreu ao edital do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem) para captação de recursos. O Pronem é desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), em parceria com o CNPq.

Juliana afirma que o Pronem tem sido um programa de grande importância para o crescimento dos pesquisadores em Sergipe, por permitir o intercâmbio de conhecimento entre várias instituições. “O Pronem ajudou não só na parte técnica como no desenvolvimento de parcerias. Este ano houve a concessão de bolsa produtividade devido ao aumento significativo no número e na qualidade dos artigos publicados. O programa consolidou uma parceria forte com grupos da USP que trabalham com própolis vermelha e que possuem vasta experiência no assunto. Desta forma, o Pronem foi muito importante no desenvolvimento da pesquisa local”.

A pesquisadora Juliana Cordeiro explica que trabalha desde 2006 com própolis vermelha em vários projetos de pesquisa. Atualmente, a pesquisa que está sendo desenvolvida com os recursos do Pronem tem estudado produtos à base de colágeno utilizando como princípio ativo a própolis vermelha. O objetivo final é desenvolver curativos para cicatrização de queimaduras e escaras.

Segundo a pesquisadora Juliana Cordeiro, o colágeno é uma proteína da pele que o organismo produz e tem o papel fundamental para unir e fortalecer os tecidos. Para desenvolvimento do estudo, os pesquisadores estão utilizando o colágeno bovino como explica a pesquisadora Juliana.

“O colágeno bovino é extraído a partir de subprodutos sem interesse comercial (tendão bovino retirado em açougues e casas de carne). Nós extraímos e purificamos essa proteína e transformamos em um produto farmacêutico. Após o processamento, o colágeno apresenta pobre força mecânica. Neste projeto, as moléculas de colágeno são modificadas quimicamente usando diferentes açúcares e extrato de jenipapo mantendo a característica de biocompatibilidade. A partir do colágeno modificado vamos produzir filmes poliméricos utilizados como membranas para cicatrização tendo como principio ativo a própolis vermelha”, detalha Juliana.

De acordo com a pesquisadora, será desenvolvida uma membrana com colágeno e o extrato da própolis. “Desenvolvo a membrana onde incorporamos o extrato da própolis vermelha e usamos depois no ensaio de cicatrização. Este material é caracterizado para fins de controle de qualidade e produção em maior escala”.

Benefícios para a população

A pesquisa ainda está em fase inicial com os experimentos em ratos. A meta é desenvolver um produto que chegue até a população com o desenvolvimento de curativos para queimaduras e feridas de pacientes que ficam muito tempo acamados. Juliana conta que outro desafio será fazer com que o produto chegue ao mercado e para isso é necessário investidores.

“A gente já patenteou alguns dos produtos, mas precisamos de investidores. A busca do mercado consumidor deve ser realizada por pessoas qualificadas para isso. Precisa ser um empresário que queira investir. A cadeia produtiva deve utilizar a pesquisa como ferramenta propulsora de mercado. Sergipe tem uma riqueza que precisa ser trabalhada e a cadeia se inicia no agronegócio ”.

A pesquisadora também destacou que Sergipe possui uma grande riqueza, a própolis vermelha, que apresenta ainda produção tímida na região de Brejo Grande. Para a pesquisadora, é importante a utilização desse produto para gerar renda para as comunidades e contribuir para o desenvolvimento de produtos a base de própolis vermelha.

“A apicultura pode gerar riquezas para o Estado e para famílias envolvidas nesta atividade. Se a produção de própolis vermelha for consolidada, a população ganha e fica possível investir em tecnologias com este produto. Tive que comprar a própolis porque não a sergipana não foi produzida ano passado. Seria muito legal para a população utilizar a própolis como renda. É um produto nobre, com maior valor agregado quando incorporado em produtos de maior potencial de marcado. Isso pode gerar renda e tributos para o nosso Estado”, pontuou Juliana.

Fonte: Assessoria de Comunicação

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