A redação do vestibular da Universidade Federal de Sergipe teve como tema esse ano os problemas da vida moderna. Os candidatos tiveram como exemplo o poema “Lembrança do mundo antigo” do livro ‘Sentimento do Mundo’ de Carlos Drummond de Andrade. Com esse tema, a UFS quebra um ciclo de vários anos falando sobre comunicação de massa na sociedade.
“Eu achei o tema fácil, porque a imprensa sempre fala nos problemas cotidianos, e é muito abrangente”, diz o vestibulando Carlos Edurado Oliveira, 18. “Com esse tema a gente pôde abordar os problemas que estão acontecendo no país”, fala Isabelle de Britto, 18, que também achou o tema fácil. “Foi um tema onde nós podíamos falar sobre muitas coisas. Acho que dá pra conseguir uma boa nota”, ressalta Ariadne Souza, 18.
O professor de redação e colunista do Portal Infonet, Dênison Venttura, ressalta que o tema é inteligente. “Um tema como esse exige um aluno mais sensível e mais informado com a realidade atual. Ele junta duas carcterísticas interessantes, que são os problemas de ordem social e também nos remete aos problemas de ordem psíquica humana, como solidão, depressão e distúrbios nas relações pessoais”, explica o professor. A vestibulanda Isabelle Britto achou o tema fácil
Evasão
Segundo a Coordenação do Concurso vestibular (CCV), 1.840 isncritos faltaram as provas. “Essa é mais ou menos a taxa de evasão dos últimos anos”, afirma o coordenador da CCV, Manoel Leite.
Leia abaixo a íntegra do texto de Carlos Drummond de Andrade:
Lembrança do mundo antigo
Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara.
As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!
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