Sem professores alunos de escola no Coqueiral fazem ato

Manifestação ocorreu na manhã desta quinta-feira, 19 (Fotos: Portal Infonet)

Estudantes matriculados no ensino médio do Colégio Estadual Senador José Alves do Nascimento, localizado no bairro Coqueiral, na zona Norte de Aracaju, realizaram uma manifestação em frente à unidade de ensino na manhã desta quinta-feira, 19. Com faixas e cartazes, eles protestaram pela falta de educadores no colégio. De acordo com relatos de alunos, faltam seis professores desde o início do ano.

“Essa manifestação que realizamos na manhã de hoje já foi a terceira este ano. Ela tem o objetivo de mobilizar não apenas o Colégio José Alves, mais um bloco maior de estudantes para que possamos invadir a secretaria de educação e sair de lá com uma promessa concreta. Eles vivem prometendo as coisas dizendo que vai trazer melhorias para os alunos, o que não vem ocorrendo”, disse o vice-presidente da União Sergipana dos Estudantes Secundaristas (USES), Jan Victor Souza.

Legenda

De acordo com o presidente do Grêmio Estudantil do Colégio, Gerinaldo Corrêa, a falta de professores na Unidade de Ensino é um problema antigo que vem ocasionado uma série de prejuízos aos alunos.

“Continua faltando professores nas disciplinas de matemática, química, física, história, biologia e ciência. Ontem à tarde após chamarmos a imprensa, eles mandaram dois professores ao colégio para taparem a situação pensando que nós alunos e a comunidade somos bestas, mas estamos aí na luta querendo todos os professores no colégio”, relata o Gerinaldo Corrêa.

Gerinaldo conta ainda que chegou a fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano, porém não obteve um bom resultado em função da falta de professores.

“Fiz esse ano o Enem por experiência e me saí mal na matéria química e física. Porque eu não tenho professor, como eu vou me sair bem em uma matéria que eu não tenho professor?”, questiona o aluno.

O vice-presidente da União Sergipana dos Estudantes Secundaristas (USES), Jan Victor Souza

A falta de professores traz a tona um dilema. O estudante Ruan dos Santos, 13 anos, ainda não sabe quando ficará de férias. “Estamos sem aula desde o começo do ano, aí é ruim porque a gente vai passar de ano sem aprender nada. Não sabemos nem quando vamos ficar férias”, disse o estudante Ruan.

Revoltada com toda a situação, a mãe de aluno, Patrícia Souza dos Santos, 36 anos, desabafa. “É assim quase todos os dias, eu não aguento mais esse vai e volta do meu filho, porque nunca tem aula, fora a bagunça que é o colégio. Para mim não tem diretor no colégio, ele nunca está presente. Eu espero que melhorem o colégio”, disse a mãe de aluno.

Falta de segurança

Como se não bastasse à falta de professores, o Colégio Estadual Senador José Alves do Nascimento enfrenta ainda dificuldades na segurança pública. Os estudantes denunciam que o local não tem vigilantes.

Alunos denunciam que colégio está sem professores desde o início do ano

“Não tem vigilante fazendo a segurança aqui no turno da manhã e da tarde. Pela manhã a situação é ainda mais crítica porque o colégio atende a crianças, e elas correm o risco de serem atropeladas na rua, ou até mesmo alguém invadir o colégio. Não tem policiamento dentro e nem fora da escola”, denuncia o estudante Gerinaldo Corrêa.

SEED

Em entrevista ao Portal Inofnet, a assessora de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (SEED), Ofélia Onias, informou que já foi determinada a redistribuição da carga horária dos professores lotados na unidade de ensino para atender a demanda. A assessora informou ainda que o diretor da unidade de ensino já está tomando as medidas para solucionar a problemática.

O presidente do Grêmio Estudantil do Colégio, Gerinaldo Corrêa

Sobre a falta de vigilantes, a assessoria reconheceu a carência, e disse que o governo já vem analisando a possibilidade de contratar vigilantes por meio de concurso público, terceirização da mão-de-obra, ou até mesmo abrir um processo seletivo simplificado para contratar trabalhadores temporariamente.

Por Leonardo Dias e Kátia Susanna

A mãe de aluno, Patrícia Souza dos Santos