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Em ato, estudantes da UFS cobram revogação de contrato entre instituição e Ebserh (Foto: Portal Infonet)
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A terça-feira, 25, se iniciou com protestos na região da Grande Aracaju. Sindicalistas bloquearam o acesso ao Campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em São Cristóvão. Com auxílio de carro de som, eles reivindicaram a revogação do contrato firmado em outubro do ano passado entre UFS e Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), atual gestora do Hospital Universitário (HU), além do cancelamento do concurso público da Ebserh.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativo da UFS (Sintufs), Lucas Gama, a contratação da empresa ocorreu de forma ilegal, já que o sindicato não participou das negociações. “Este movimento está sendo promovido para denunciar a forma autoritária da reitoria da instituição com que foi feito o contrato com a Ebserh que vai privatizar o HU. O acordo foi firmado sem um aviso prévio com a comunidade acadêmica que é uma obrigação estatutária”, denuncia.
Ainda de acordo com o presidente do Sintufs, a contratação da empresa Ebserh a frente do HU gerará uma série de prejuízos a comunidade acadêmica. “O acordo acarretará na cobrança pelo serviço do hospital; Na fragmentação do trabalhador que é em duas frentes, com o estatutário, onde o antigo trabalhador com direito e o seletistas, onde vão entrar sem direitos que acarretará um clima de competividade; e a perda de autonomia na produção de pesquisa que o hospital dispõe”.
O sindicato se posiciona ainda para o cancelamento do concurso público do HU. “Queremos o cancelamento do concurso do HU, porque esse concurso hoje não é para os profissionais do hospital, mas sim para as empresas. Então queremos e a criação de outro que atenda de fato os profissionais do hospital”, disse.
A membro da Associação de Docentes da UFS (Adufs), Brancilene Araújo, questiona a forma como será feita a interação entre os professores da universidade e a gestão do hospital. “Queremos que haja um esclarecimento da reitoria de como será o relacionamento entre professor com o hospital privatizado, já que o hospital não pertence a UFS. Como vai ficar a pesquisa, os trabalhos de orientação e a formação dos estudantes que dependem do HU para fazer o estágio”, questiona.
Com a manifestação, um imenso engarrafamento foi formado na avenida Marechal Rondon e seguiu até a Rodovia João Bebe Água, nas imediações do Povoado Barreiro.
O ato deverá se estender pela manhã desta terça pelos corredores da UFS, onde um cortejo formado por banda de frevo sairá pelos corredores da instituição. O movimento formados por universitários será intitulado por “Carnaval contra a privatização da UFS”.
UFS
A assessoria de comunicação da UFS encaminhou nota ao Portal Infonet onde esclarece que o reitor em exercício, André Maurício não pôde atender a equipe da Infonet porque estava em reunião agendada anteriormente com a FAPESE.
"A Universidade Federal de Sergipe se compromete a cumprir dentro do prazo as decisões judiciais que forem tomadas sobre a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, EBSERH, bem como sobre a realização do concurso público para preenchimento de 1.214 vagas no Hospital Universitário.
No entanto, até o momento tanto o contrato quanto o cronograma do concurso público seguem sem alterações. O reitor da UFS compreende a preocupação de alguns grupos com a implantação da EBSERH em Sergipe, mas avalia que este novo modelo de gestão é o caminho mais eficaz para continuar prestando um serviço de qualidade para a comunidade acadêmica e para toda a população", esclarece a nota divulgada na íntegra.
Por Leonardo Dias e Kátia Susanna
* A matéria foi alterada às 12h08 para acréscimo de informações