Sintese: dossiê mostra escolas em situação de depredação

Coletiva apontou relatório com dados que mostram descaso com a educação (Fotos: Portal Infonet)

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial de Ensino de Sergipe (Sintese) convocou coletiva com a imprensa na manhã desta segunda-feira, 25, para apresentar um extenso dossiê com números, estudos e imagens que mostram o abandono de várias escolas da rede estadual de ensino de Sergipe.

“A greve dos professores não se dá apenas pelo reajuste do piso salarial profissional determinado por Lei, mas tem uma série de fatores que vão desde as condições de trabalho que passa a escola, a alimentação escolar, transporte escolar, as divergências de dados do Fundeb e do MDE que são publicados pelo Governo através da secretaria da educação e pelo nosso piso”, aponta a presidente do Sintese, Ângela Melo.

Depredação

A vice-presidente do Sintese, Ivonete Cruz, mostrou por meio de relatório o cenário de abandono em muitas escolas da rede. A dirigente sindical destacou ainda que diferente do que vem sendo propagado, as escolas da rede não tem uma estrutura satisfatória. Cruz destacou que faz parte do sindicato denunciar as condições de trabalho e das escolas.

A vice-presidente do Sintese, Ivonete Cruz, denuncia descaso com a merenda escolar

“Esse dossiê que fizemos de escolas públicas de todo o Estado já foram entregues ao secretário de educação, Jorge Carvalho e ao Governador. Mostrando escolas com um amontoado de carteiras quebradas, quadros quebrados, salas inundadas, torneiras quebradas, o mato é uma característica constate, fios elétricos expostos, ventiladores quebrados e quando não estão apresentam barulho. O cenário das nossas escolas é de depredação”, salienta a vice-presidente destacando o problema da alimentação escolar.

Alimentação

“O Estado de Sergipe desrespeita a Lei por não seguir a um cardápio, sendo feito de forma balanceada por nutricionistas. Nós temos denunciado que a merenda escolar do Estado de Sergipe é broa de milho com um suco de caixa que não tem nenhum teor nutritivo. A luta dos professores é por salário, mas é também por uma escola dignidade para o povo sergipano”, ressaltou Ivonete Cruz que mostrou imagens de crianças comendo no chão, em meio a sujeiras.

Falta pessoal

Roberto Silva mostra alimentos que são jogados fora

“Eu recebi umas fotos da Escola João Arlindo de Jesus da Taiçoca de Fora onde a comida como óleo de cozinha, saco de feijão e farinha de milho, jogados fora porque não tinha quem fizesse. A foto é revoltante porque os alunos comem broa de milho e suco de caixa, mas o alimento chega na escola e é jogado fora”, desabafa o diretor do Sintese, Roberto Silva.

Recursos

Ao detalhar a perda de recursos por parte do Governo, o Sintese mostrou que a politica de entrega do ensino fundamental as prefeituras é uma grande perda para a educação. “Entregar as escolas de ensino fundamental significa perder  91 mil alunos, o que equivale a 54,14% de matrículas e como consequência será deixar sem salas de aula para trabalhar mais de 4500 professores. A politica que o secretário de educação está anunciando que é entregar o ensino fundamental para os prefeitos terá serias consequências para a rede estadual de Sergipe”, reforça Roberto Silva acrescentando uma perda de 2006 a 2014 de 62 mil matrículas.

“Isso acontece em virtude consequência da política ano a ano de fechamento de escola, turno e turmas. Isso tem consequência direta na perda de recursos porque o financiamento da educação do Brasil é vinculado a matrícula, então quantos mais alunos matriculados, mais a rede recebe”, fala.

Irregularidades nas contas

O dossiê também mostra que os números da Secretaria de Estado da Educação (Seed) e da Secretaria da Fazenda apresentam diferença em relação às despesas com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Os relatórios correspondem aos meses de janeiro e fevereiro e apontam uma diferença de R$ 17 milhões.

“Os dois relatórios foram publicados no mesmo dia no Diário Oficial, a Sefaz disse que diz no seu relatório que o Fundeb do Estado nos meses de janeiro e fevereiro gastou R$ 106 milhões. Já a educação diz que foram R$ 88 milhões. Os relatórios deveriam ser iguais. Uma diferença de R$ 17 milhões no que a Fazenda diz que gastou e a Educação gastou”, denuncia.

Roberto Silva explica que em reunião com os técnicos da Sefaz o caso foi levantado. "Durante a reunião, eles disseram que a secretária estava sucateada e não tem gente para montar os relatórios, já que eles tinham que públicar o relatório em 30 dias, foi publicado de qualquer jeito. Isso é muito grave, como é possível publicar um relatório de qualquer jeito e se o sindicato não tivesse observado essa diferença teria ficado", disse.

Seed

A equipe do Portal Infonet entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (Seed), de acordo com a assessoria, a Educação ainda não se pronunciou. O Portal permanece a disposição por meio do jornalismo@infonet.com.br ou (079) 21068000.

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