Técnicos, professores, estudantes da UFS e IFS farão ato

Coletiva aconteceu na manhã desta segunda-feira, 21 na sede do Sintufs (Fotos: Portal Infonet)

Ao completar 116 dias de greve, representantes do Sindicato dos Servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs), concedeu entrevista coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, 21, para anunciar juntamente com integrantes da Associação dos Docentes da UFS (Adufs), do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e dos estudantes, um cortejo fúnebre. O sepultamento simbólico da Pátria Educadora proposta pelo Governo Federal, terá início às 8h da próxima quarta-feira, 23 na porta do Campus do IFS/Aracaju, no bairro Getúlio Vargas.

“Estaremos completando  na quarta-feira, 118 dias da maior greve dos trabalhadores técnicos –administrativos da UFS, devido à intransigência do Governo Federal que não abriu desde o início para que a gente colocasse sobre a mesa as nossas propostas e as propostas do Governo. Durante esse tempo, a situação das universidades se agravou porque a política de contingenciamento de verbas, de cortes de recursos no Orçamento do Ministério de Educação seguiu e isso vai repercutir no funcionamento das mesmas”, lamenta o presidente do Sintufs, Lucas Gama.

Lucas Gama: "Mesmo que retornem às ativdiades laborais, vários serviços estão comprometidos"

De acordo com ele, ainda que retornem às atividades laborais, é bem provável que vários serviços oferecidos pela Universidade Federal de Sergipe fiquem comprometidos. “Isso porque houve cortes nas bolsas dos estudantes, no Orçamento de Custeio onde vários trabalhadores terceirizados estão sendo demitidos bem como a compra de passagens e diárias para professores e pesquisadores, bem como também cortes no Orçamento de capital e aquisição de equipamentos para laboratórios”, ressalta.

Ele informou que o ato está previsto para iniciar às 8h na frente da sedo IFS Campus Aracaju, fazendo um cortejo fúnebre, pegando a Av. Coelho e Campos, chegando até o Centro da Cidade e encerrando na Praça Fausto Cardoso. “Na ocasião, iremos sepultar simbolicamente essa pátria deseducadora”, completa.

IFS

José Correia Neto, do comando de greve do IFS

O representante do IFS, José Correia Neto destacou que a greve da categoria, foi iniciada em 13 de julho, por conta das questões que envolvem não só a questão salarial histórica, mas a pauta específica. “Esse corte de verbas anunciado pelo Governo, atinge frontalmente o nosso Instituto, do ponto de vista da expansão, cujas obras estão paralisadas, como a etapa anterior da expansão, além das verbas de capital que dão condições de estrutura e funcionamento dos campis, e os cortes no que diz respeito às bolsas, ao deslocamento, viagens, participação de eventos e aulas práticas”, lamenta.

ADUFS

Benedito Libório, da Adufs

O representante da Associação dos Docentes da UFS, Benedito Libório enfatizou durante a coletiva: “Chegamos a um ponto notório que temos que ter uma resolução viável, pois o Governo oferece índice abaixo da inflação, à nossa reposição salarial, mas nem é esse o ponto de pauta porque a Universidade Federal de Sergipe está em vias de extinção. Quem vive na pós-graduação por exemplo, está com cortes de 70%. Se nós não investirmos nisso, estamos sacramentando a possibilidade de existir ciência no Brasil, as bancas estão acontecendo por internet, os alunos não estão mais fazendo suas bolsas-sanduiches, que é viajar para o exterior e do ponto de vista dos serviços, observamos inclusive cortes de água e luz”.

Mateus Pacheco,. representante dos estudantes

O Mateus Pacheco, do Comando de Mobilização Estudantil, falou sobre os prejuízos para os estudantes, principalmente com os cortes nas bolsas. “Estamos com as bolsas, que deveriam ser pagas todo mês, atrasadas. O curso de Pedagogia por exemplo, que conta com 100 bolsas, a partir de agosto, terá apenas dez”, diz.

Por Aldaci de Souza