Quem é em Sergipe que não conhece a figura carismática do desportista e advogado Carlos Alberto Garcia Leite?. Ele nasceu para servir ao próximo. Para mim, considero-o como o maior desportista do esporte sergipano. Muitos também têm a mesma opinião. Teve um bom passado na vida militar, assim como no esporte e no social. Foi sargento do Exército Brasileiro, servindo em Sergipe e no Rio de Janeiro. Deixou a farda para dedicar-se à advocacia em nosso Estado. Por sinal, é considerado um dos melhores juristas, conforme opinião de alguns magistrados.
Narrar a sua vida, não é fácil. Uma edição só, é pouco demais. O seu currículo no esporte é invejável: jogou futebol no Cotinguiba desta capital e no Fluminense do Rio de Janeiro. No Exército Brasileiro e mais precisamente no Rio de Janeiro, na década 60, como sargento, participou de todas as Olimpíadas Militares. O soldado João do Pulo, recordista mundial de salto tríplice, foi um dos seus recrutas. Garcia treinou em 1964 no Palmeiras de São Paulo e foi aprovado no teste como goleiro. Mas não ficou. Jogou na seleção carioca de futebol de salão do Exército, ao lado dos sergipanos Aldemário Maynard (Calango), Denocksuá, Siqueira, Rivaldo e Elito, sendo que este último, hoje, é General na ativa.
Dando baixa no Exército Brasileiro, no inicio da década 70, retornou ao seu Estado de origem. O seu paradoxo, no futebol, foi interessante. De tanto tomar gols, como goleiro, converteu-se em atacante, quando se destacou em sua vida esportiva, até hoje. Como civil, jogou na equipe de amadores do Dorense. Depois fundou o América Futebol Clube da cidade de Nossa Senhora do Socorro. É muito popular na cidade em que nasceu. Foi eleito prefeito local. Sem dúvidas, foi um dos marcantes prefeitos que passou por aquela comunidade.
Na Prefeitura Municipal de Socorro, Garcia Leite, nos ùltimos 30 anos, foi o único prefeito a valorizar o esporte amador em sua terra. Construiu, na praça principal, uma moderna quadra de esportes, servindo as modalidades de futebol de salão, voleibol e basquetebol. O time de fut-sal da ACDS foi lá inaugurar, quando o radialista Jorge Araújo era presidente da entidade. Após a sua administração, os demais prefeitos só fizeram destruir a citada quadra, tudo por causa das ciumeiras. Da década 70 para cá, nenhuma obra que beneficiasse o esporte foi construída pelos prefeitos que administraram a conhecida cidade de Socorro.
Garcia Leite, por ser um desportista nato, não ficou por aí. Particularmente, construiu no povoado de Oiteiro, município de Nossa Senhora do Socorro, uma Vila Olímpica moderna, num local privilegiado, só para atender a comunidade. Campo de futebol, quadra de esportes e salão recreativo, servem para que os seus amigos possam curtir o lazer nos finais de semanas. Serviu até de concentração para o time de profissionais do Confiança, quando o mesmo era presidente. No centro da cidade, ao lado da igreja matriz, foi construído um mini-complexo desportivo, anexo a sua residência oficial, também para atender e proporcionar o lazer para os seus contemporâneos.
No final da década 70, Garcia esteve presidindo a Associação Desportiva Confiança. O time proletário viajou para o Rio de Janeiro para cumprir compromisso pelo campeonato brasileiro. Vejamos que peripécia. O Confiança viajou de avião e o presidente Garcia se encontrou com a delegação do seu clube no aeroporto em avião diferente. Nesse interin, aproximou-se, em direção a Garcia, um cidadão todo alinhado, de terno, paletó e de maleta 007 em mãos, dizendo: “Como vai, Senador Gilvan Rocha?. O Senhor veio com a delegação do Confiança de Sergipe?”. Garcia sentiu que o cidadão achava que o cidadão confundiu-o com o Senador Gilvan Rocha. Mas, assim mesmo, respondeu: “É, sinceramente”. O pessoal que estava ao lado de Garcia ria pra valer. O cidadão levou Garcia para o Bar Vip e lá tomaram chope e o melhor wisky. Após pagar a conta, o cidadão levou Garcia até o avião para que ele prosseguisse a viagem na delegação do Confiança. Antes de embarcar Garcia foi sincero ao cidadão e disse: “Amigo, muito obrigado pelo tratamento dispensado, mas eu não sou o Gilvan Rocha. Sou apenas o presidente do Confiança, embora sejamos parecidos e primos carnais do Senador”. O cidadão afastou-se de Garcia, sem qualquer mágoa.
Garcia Leite, desde garoto, é apaixonado pelas cores do América Futebol Clube do Rio de Janeiro. Quem o conhece sabe muito bem que ele fundou um time em Socorro com o nome homenageando o seu homônimo carioca. O clube ainda existe em Sergipe. O seu escritório de advocacia, no edifício Oviêdo Teixeira, em Aracaju, é colorido de alvi-rubro. O América do Rio de Janeiro jogou várias oportunidades em Sergipe com o próprio Sergipe e Confiança.
Outra peripécia: na última apresentação do América em Aracaju, no Baptistão, contra o Sergipe, Garcia deu ao seu filho Faustinho, ainda criança, uma camisa rubra americana para que ele usasse no Baptistão. Faustinho, o único mascote do time visitante, entrou em campo com os atletas do América. Até aí, tudo bem. Passando alguns minutos, o filho de Garcia saiu do gramado às carreiras. Motivo: mais de 20 mascotes do Sergipe quiseram linchar Faustinho. Garcia teve que sair às pressas das cadeiras numeradas, para tirar o seu filho da aflição. Garcia nunca esqueceu o fato.
O LIVRO : AS PERIPÉRCIAS DO ESPORTE SERGIPANO, 1ª Edição, de autoria de Joel Batalha, radialista, jornalista, advogado e escritor.
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