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Arthur Zanetti (foto: Igor Matheus/ Portal Infonet) |
Depois da medalha de ouro nas argolas nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, o paulista Arthur Zanetti passou de mais um competidor de ginástica a ídolo máximo da modalidade no Brasil. Foi com esse status que ele veio a Aracaju neste domingo, 17, prestigiar o Circuito Caixa de Ginástica, que aconteceu no ginásio do Sesi do Augusto Franco. Convidado a assistir as finais e a dar uma força para os atletas, Zanetti revela que só não participou do torneio por não ter se classificado. Nada que o deixe desocupado: ainda este ano, o campeão olímpico e mundial ainda enfrentará uma etapa da Toyota Cup no Japão. Em entrevista exclusiva ao Portal Infonet, o ginasta esclareceu mal-entendido com a imprensa e exaltou o atual nível técnico da ginástica nacional. Acompanhe.
Portal Infonet – Hoje você é referência para todos os atletas que estão competindo no Circuito Caixa. Mas quem são suas referências?
Arthur Zanetti – Esses atletas daqui me conhecem há bastante tempo. Eu mesmo deveria estar participando do Circuito. Só não deu para vir como competidor porque a estratégia que usei não deu certo e eu não consegui me classificar. E os atletas brasileiros sempre foram exemplo para mim. Mas uma de minhas principais referências é o holandês Yuri Van Gelder, especialista nas argolas.
Portal Infonet – Você esteve envolvido com a articulação para trazer um campeonato mundial de ginástica para o Brasil. Acha que o país já apresenta condições para isso?
Arthur Zanetti – Sinceramente, não sei. Mas acho importante trazer um evento assim para saber como vamos lidar com o público brasileiro. Só que, se for pra fazer, tem de ser no mesmo nível dos europeus. Até porque é algo que serviria de aquecimento para as próprias Olimpíadas de 2016.
Portal Infonet – Na conquista do ouro olímpico, sua estratégia foi evitar assistir as apresentações dos adversários, se classificar entre os últimos para se apresentar depois e fazer as manobras mais difíceis antes. E na conquista do mundial deste ano, qual foi o caminho?
Arthur Zanetti – No mundial fiz exatamente o contrário: uma nota de partida alta para reduzir depois. Decidimos por uma série mais limpa para conseguir boa nota. Felizmente a estratégia deu certo e conseguimos trazer o ouro.
Portal Infonet – A imprensa atribuiu a você uma confissão de que, pela falta de estrutura do Brasil, seria melhor até defender outro país na ginástica. Foi exatamente isso o que você quis dizer ou foi um mal-entendido?
Arthur Zanetti – Como você disse, “me atribuíram”, porque em nenhum momento eu disse isso. Foi o próprio repórter quem disse. Eu apenas falei que precisava de mais estrutura para treinar. Nunca tive a intenção de defender outro país além do Brasil.
Portal Infonet – Como o Brasil está atualmente em relação às grandes escolas da ginástica, como China, Japão, EUA e Ucrânia?
Arthur Zanetti – Estamos nos aproximando deles, encostando nos melhores. Melhoramos muito nos últimos anos. Apesar de termos atletas ainda muito novos, estamos conseguindo bons resultados internacionais, e me parece que a cada ano que passa eles vão melhorar ainda mais.
Por Igor Matheus