Atleta destaca crescimento do futebol americano feminino

Priscilla Lima (fotos: arquivo pessoal)

Empurra-empurra. Força bruta. Choque físico. E muitas mulheres no meio. Antes que alguém aponte algum equívoco nos ingredientes, a mistura faz parte da rotina da sergipana Priscilla Lima, jogadora e uma das líderes da mais inusitada demonstração de inserção feminina no esporte: o Confiança Alfa, time de futebol americano… feminino.

Dona do codinome “Kitty” – pelo qual é conhecida no gramado –, Priscila conta que se apaixonou pelo esporte há mais ou menos quatro anos, quando foi assistir um jogo do qual um amigo participou. “Sempre gostei de esportes. Fiz futebol, vôlei, muai thai, todas as modalidades possíveis. Mas o futebol americano me chamou atenção por ser diferente. E com o tempo percebi que não era um esporte violento. Exigia muito raciocínio. E decidi largar todos os esportes para ficar só com ele”.

Confiança Alfa: em ascensão

A paixão repentina fez com que Priscilla protagonizasse, com as companheiras de time, um processo histórico: a consolidação da primeira equipe de futebol feminino do estado – um ineditismo que tem agregado várias conquistas. “Depois de participarmos por três anos seguidos de um torneio que acontece no Espírito Santo, estamos organizando uma Liga inédita de futebol feminino com quatro equipes de quatro estados diferentes, com jogos de ida e volta. Além disso, seremos uma das primeiras equipes a participar de um torneio feminino full pad, ou seja, com todos os equipamentos”.

Priscilla também comemora o crescimento gradual do esporte entre as sergipanas. “Éramos apenas 15 meninas no começo, e hoje somamos mais de 40. Estamos conseguindo quebrar qualquer preconceito que havia”, vibra. Ainda de acordo com a jogadora, o futebol americano feminino se caracteriza por admitir qualquer tipo de atleta. “É uma modalidade que aceita qualquer tipo físico. Temos atletas mais baixinhas e rápidas que são usadas para correr pelo campo, e outras mais altas e fortes que têm o papel de segurar o adversário. Ninguém fica de fora”, ressalta.

Por Igor Matheus