A opinião dos 197 atletas de 33 países que estão em Foz do Iguaçu para a disputa do Pan-americano de Canoagem Slalom e a Prova Internacional de Canoagem, que acontece simultaneamente ao evento, é unânime: a pista Águas Bravas de Itaipu – local onde acontece a competição – é de nível internacional e de muita importância para o prestigio da canoagem brasileira. O Pan-americano começa nesta sexta-feira e encerra-se no domingo, data em que serão disputadas as finais da modalidade. Segundo o bicampeão mundial de canoagem slalom (1999 e 2002), o canadense David Ford, é preciso estar 100% concentrado quando estiver percorrendo o circuito para almejar um lugar no pódio. “A pista é bem técnica e a concentração é fundamental para não cometer nenhum erro durante a prova”, comentou Ford, que também ressaltou que esse tipo de pista é fundamental para o desenvolvimento ainda maior da canoagem brasileira. O campeão brasileiro de slalom 17 vezes e participante de duas olimpíadas, o gaúcho Gustavo Selbach, contou que a pista é muito rápida, o que deixará a competição ainda mais disputada. “O pan-americano de canoagem será uma ótima oportunidade para o treinamento dos atletas que participarão do mundial”, disse. O pan-americano antecede o mundial da modalidade, que acontece entre 19 e 23 de setembro, também em Foz, quando serão definidos 60% dos atletas para as olimpíadas de Pequim. Pelo menos onze dos 15 medalhistas olímpicos em Atenas estão em Foz do Iguaçu para a disputa da competição. Para o presidente da Confederação Internacional do Esporte, Jean Michael, “o circuito artificial de Foz é o único das Américas Central e Sul e trouxe o melhor do esporte para a cidade paranaense”. Já para o superintendente da Confederação Brasileira de Canoagem, Argos Rodrigues, “até setembro Foz do Iguaçu estará recebendo atletas e preparadores de todo o mundo, o que significa um incremento do turismo alternativo, no caso, esportivo”, diz.
Um dos fatores que também chama atenção é a localização do circuito, nas dependências da maior hidrelétrica do mundo, mais precisamente, no Canal de Águas Bravas, parte do canal da piracema, que faz a ligação do reservatório de Itaipu com o Rio Paraná e permite aos peixes acessar as áreas de procriação à jusante da usina, e o seu retorno no período de outono e inverno. Com uma extensão de 430 metros e um desnível de 7,20 metros, o Canal de Águas Bravas recebeu em sua construção pedras retiradas das proximidades do mirante do vertedouro de Itaipu.
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