Balanço da 12ª e 13ª Semanas do Futebol Sergipano

Um dos destques foi o belo terceiro uniforme do Confiança (Foto: Arquivo Infonet)

O balanço da 12ª semana foi adiado por conta da participação dos clubes sergipanos na Copa do Brasil. Itabaiana e Confiança foram os representantes sergipanos no torneio mais “democrático” do país.

O Itabaiana, que foi a campo na quinta-feira, 4, foi eliminado precocemente contra a Ponte Preta. Não colocou em campo o seu time principal e foi derrotado sem muito trabalho pela vice-líder do Campeonato Paulista. Um 3 a 0 previsível por conta da situação das duas equipes. Com o resultado, a Ponte Preta eliminou o jogo de volta e agora vai descansar uma semana.

O Confiança esperou uma semana a mais para entrar em campo, e fez exatamente o oposto, num jogo que também tinham equipes em situações opostas aos seus rivais. A coincidência da origem campineira do clube do Guarani, maior rival da Ponte Preta, parou na cidade natal. O Bugre veio a Sergipe já rebaixado no Campeonato Paulista, com muitos atletas dispensados e foi facilmente neutralizado pelo Confiança.

O segundo jogo acontecerá na próxima quarta-feira, dia 17. O local ainda não está definido por conta da interdição do estádio Brinco de Ouro, casa do Bugre. Bom pro Confiança.

Fahel Júnior, agora vai?

Na quarta-feira o Dragão já estava de técnico novo, o paulista Fahel Junior, que entrou na equipe após a demissão de Nadélio Rocha, que caiu na derrota do Confiança para, exatamente, o rival Itabaiana, dentro do Batistão.

A curiosidade ficou por conta do esquema tático de Paulo Sérgio Adocica, que, pelo menos na numeração e no que foi divulgado antes do jogo, se tratava de um 4-4-2. O zagueiro Valdo que “seria” improvisado na lateral direita só tinha o número 2 nas costas, e só cobria a lateral enquanto defendia. Atacando, o Confiança mantinha o chato 3-5-1-2, com Richardson improvisado na ala direita.

A boa notícia ficou por conta de uma ousadia e tanto de Fahel Júnior. Notório conhecedor do futebol do interior paulista, percebeu e auxiliou seu time a jogar em cima dos jovens laterais. O gol de Wallace, e diversas outras jogadas, aconteceram em lances claramente pensados pelo técnico quando mandou o atacante sair mais da área, descer ao meio de campo e atacar carregando a bola.

Talvez não consiga os mesmos números de Rocha, mas a ousadia em dar instruções no meio da partida, alterando a forma de jogo da equipe e desestruturando o sistema defensivo do adversário deve ser destacado. Fahel Júnior já entrou ganhando pontos.

Socorrense: já foi

Time ousado, esse da Socorrense. Foi a Carmópolis, foi prejudicado pela arbitragem e com um a menos foi correr atrás do resultado, virar o jogo e mostrar porque merece a vaga na semifinal. Vando fez dois belos gols em jogadas individuais. Com uma carreta cheia de gols perdidos, Leandro Kível saiu vaiado pela torcida.

O time é muito mais modesto que os outros rivais bancados por prefeituras do resto do interior do Estado. Mas cabe salientar a disciplina tática da equipe e a entrega dos atletas. Em campo o jogo não foi 2 a 1, mas o suor conta no fim das contas.

Igor Oliveira, estudante de Educação Física da UFS, que trabalha junto à Comissão Técnica do Confiança observou uma “invenção” que começou com Edmilson Santos (hoje no River) e que nem Luiz Pondé (que também já saiu) nem o atual Pedro Costa ousaram mexer: os dois laterais que cobrem a saída de um zagueiro com boa saída de bola, que é o capitão Jorginho.

Um esquema interessante e criativo. Enquanto torcedores do Confiança e Sergipe andam reclamando da teimosia tática dos seus comandantes, vem do interior uma dose de inovação tática, fundamental para a sobrevivência de qualquer equipe.

Confiança deve ter novo livro contando sua história

Hoje recebi do Emanuel Rocha, professor de História aposentado, um formulário com algumas perguntas sobre a história e o significado do Confiança para o futebol sergipano.

Trata-se de uma série de perguntas encaminhadas a jornalistas (ou cronistas) esportivos, dos quais as respostas vão compor um livro sobre a história do Dragão.

Segundo Emanuel Rocha o livro já tem 2 anos e 8 meses de pesquisa, com resgate e arquivo de imagens antigas do Confiança. A proposta dele é falar de todo a aventura da Associação Desportiva fundada por operários da fábrica têxtil Confiança, que sobrevive há quase 80 anos, com uma série de mudanças. Um dos capítulos contará "o dia em que Sabino entregou o Confiança ao povo".

Entre os destaques do livro estarão, obviamente: Dona Finha, o estádio Sabino Ribeiro, os grandes nomes do futebol do clube e a relação da torcida com o Bairro Industrial. Vai valer a pena esperar.

O nome já estaria definido aguardando o momento ideal para a divulgação. Emanuel Rocha destacou a participação do Dr. Marcos Prado Dias nas pesquisas sobre a história do Dragão.

O autor já tem um livro sobre o Bairro América, na zona oeste de Aracaju, lançado em 2009 em parceria com Antonio Wanderley de Melo Corrêa.

Bobinas continuarão proibidas

Segundo o torcedor colorado Silas Mangueira, que também integra o grupo Setor B de torcedores do Sergipe, a reunião com o Comando da Polícia Militar de Sergipe não adiantou em nada. Na reunião foram apresentados o Estatuto do Torcedor e um laudo técnico do Corpo de Bombeiros que alega o risco de incêndios em caso de uso de bobinas.

Curiosamente nunca se pautou a proibição das bobinas até o fatídico clássico entre Sergipe e Confiança, quando alguns profissionais alegaram ter sido atingido por torcedores. Mais curioso ainda é o destaque de um ponto do Estatuto do Torecedor, alvo de tantas críticas, que tem outros tantos pontos desrespeitados semanalmente, como a investigação de cambistas, a evasão de renda e o direito à meia entrada para idosos.

Por fim, ficou acertado que as bobinas seriam liberadas "quando melhorasse o comportamento da torcida".

Por Irlan Simões