Canoísta sergipano busca medalha no Pan

Foto: Agência de Notícias/PR
Em apenas cinco anos a vida de um sergipano nascido no povoado Miranda, na cidade de Capela mudou. Da vida difícil ajudando o pai na retirada de cocos e vendê-los aos barraqueiros na orla da Atalaia à chance de se transformar no primeiro medalhista brasileiro em canoagem nos Jogos Pan-americanos. Esta é a trajetória do canoísta sergipano Nivalter Santos, 19 anos.

Em menos de dois anos praticando a canoagem, conseguiu a melhor colocação na história do esporte do Brasil em campeonatos mundiais. Nivalter representará o Brasil na canoa, nas provas C1 500m e 1000m, e, C2 500m e 1000m. As provas de canoagem no Pan acontecerão entre os dias 25 e 28 de julho no Estádio de Remo da Lagoa.

Ele vem acumulando medalhas nacionais e internacionais. Entre seus títulos, oito ouros e duas pratas no Campeonato Brasileiro, um ouro, duas pratas e um bronze desde 2006 no Sul-Americano de canoagem e o inédito nono lugar do Mundial da modalidade obtido no México.

Como tudo começou

Foto: Divulgação/CBCA
A vida de Nivalter reflete a de inúmeras outras famílias que, por falta de melhores condições de vida, migram para a região Sudeste. Sem ajuda financeira do pai para sustentar a família, sua mãe, Maria Aparecida Santos, deixou a cidade de Capela e foi morar na cidade de São Vicente, cidade litorânea de São Paulo, na casa de uma irmã. Os três filhos, entre eles Nivalter, ficaram em Sergipe. Meses depois os filhos juntaram-se a ela.

Com o salário de empregada doméstica, Maria Aparecida trabalhava duro para pagar o aluguel de R$ 300 na favela México 70, em São Vicente, onde a família vivia. Antes da mudança, a vida em Capela também era complicada. “Nossa condição financeira era muito ruim. Só tinha a minha mãe, meu pai não ajudava”, comenta Nivalter.

Faltou dinheiro

O início se deu por acaso através de um amigo que já praticava a canoagem. Ele convidou Nivalter, com 17 anos, para ir ao clube de imediato o sergipano topou, porém mais uma vez o problema financeiro estava no encalço do canoísta. A inscrição nas aulas de canoagem custava R$ 20, mas Nivalter tinha apenas a metade. “Meu amigo me deu os outros R$ 10”.

No entanto as remadas de Nivalter parariam no mês seguinte. Como a de tantos outros atletas, a trajetória do menino que nasceu em Sergipe por muito pouco não se esvaiu por falta de condições financeiras. “No segundo mês de canoagem, eu não tinha mais como pagar os R$ 20 e não fui mais”.

A canoagem estava mesmo no destino de Nivalter. Enquanto passeava em uma feira das trocas em São Vicente, o canoísta encontrou Pedro Sena, técnico da seleção brasileira de canoa, então coordenador do projeto social “Navega São Paulo”, de São Vicente que lhe uma bolsa e o trouxe de volta ao esporte. Tanto que hoje Sena é considerado um pai para o atleta.

O sonho

Foto: Wander R.
Com apenas três anos no esporte, Nivalter foi parar na seleção brasileira. É o mais novo do grupo. Conhecido entre os canoístas como ‘Cabelo’, o sergipano hoje cursa a faculdade de educação física. O medo de precisar largar a canoagem por dificuldades financeiras faz com que o atleta não queira abandonar os estudos.

Treinando na raia da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, Nivalter está confiante em conquistar uma medalha no Pan. “Espero sim uma medalha. Sei que posso conquistá-la”, finaliza o sergipano. Motivos para o otimismo ele tem, na disputa da etapa croata da Copa do Mundo, que é usada pelo Brasil como preparação para o Pan, ele foi o único atleta da equipe nacional a alcançar uma final A, superando o desempenho de nomes como Sebastien Cuattrin, seu inspirador no esporte. Terminou o C1 200m na sexta colocação geral.

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Por Paulo Rolemberg


 

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