Com o famoso jeitinho o brasileiro consegue tudo: até jogar um esporte praticado tradicionalmente em pistas de gelo, em plena praia. Desde abril de 2008 a equipe aracajuana de hóquei sobre patins (ou in line) retomou as atividades – agora, com um novo nome e novos participantes. Com mais vontade e certa experiência, os atletas buscam, agora, tornar a modalidade mais conhecida entre os sergipanos, atraindo mais participantes e reconhecimento. Treinos do hóquei ocorrem em uma quadra da Orla de Atalaia
O primeiro passo é a realização, nos dias 2 e 3 de abril, da I Copa Nova Schin de Hóquei, na Orla de Atalaia, onde ocorrem os treinamentos. Os 16 atletas do Aracaju Fênix se reúnem todos os sábados, às 16h, nas quadras de futsal próximas ao posto de Corpo de Bombeiros.
Basta a partida de treinamento começar e logo os curiosos se amontoam no alambrado para conferir de perto o que até então só conheciam por filmes. Foi esse, aliás, o meio que cativou o arquiteto Milson Netto ao esporte. Ele conta, inclusive, que a própria patinação, algo de que já praticava desde os 13 anos, deu um impulso maior para o ingresso na modalidade. “O interesse veio dessas duas coisas juntas”, confirma. Time já existia em 1997, mas ao retornar às atividades, mudou nome
Em 1997, Aracaju já contava com uma equipe, o “Aracaju Braves”. Mas algumas dificuldades limitaram o grupo, que deu uma parada em 2003. “O contato entre antigos participantes com novos interessados nos fez criar um novo time. Nos unimos pelo esporte e hoje somos uma família, mesmo com todas as diferenças – de personalidade, de profissão, etc. – na quadra somos um só”, diz Netto.
As dificuldades ainda se impõem. A quadra onde os jogadores treinam não possui a demarcação necessária ao hóquei, mas foi o melhor espaço público encontrado. “Ela atende bem às necessidades. Mas se houvesse as adequações, ou se um patrocínio nos possibilitasse isso, seria o ideal”, explica Milson.
Equipamentos para praticar hóquei nao são vendidos no Brasil
Outra grande barreira é a compra de equipamentos para jogar o hóquei. Nem mesmo nas grandes redes de lojas esportivas é possível encontrar as peças, quem tem de ser importadas. No Brasil existe apenas uma fábrica de ‘blades’, uma parte do stick (espécie de taco utilizado pelos jogadores). “A gente vai montando o equipamento aos poucos e, por vezes, acaba por adaptar alguma peça”, ressalta Netto. Em média se gasta até R$ 800 com todos os acessórios.
Como se joga
Na quadra, cada time é formado por cinco jogadores: quatro na linha e um no gol. Pode-se fazer substituições ilimitadas de jogadores. Uma partida tem quatro tempos de 12 minutos. Como no hóquei não há resultados de empate, caso ele ocorra, há uma prorrogação até que um dos lados faça o ‘gol de ouro’ e encerre o jogo. Se o empate persistir, a disputa vai para os pênaltis.
No nordeste existem equipes na Paraíba, no Ceará e na Bahia. Milson netto diz que muito do desconhecimento sobre o hóquei vem da falta de divulgação da mídia, já que há uma cena movimentada do esporte em estados como São Paulo e Minas Gerais. A seleção brasileira ficou em quarto lugar no mundial realizado na Espanha, em julho do ano passado. A própria Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação comemora o fato de um seriado de TV inserir o esporte entre os personagens da história.
Novos jogadores
Ao relembrar o primeiro time de hóquei aracajuano, o jornalista Thiago Leão, um dos integrantes da ‘velha guarda’, diz que hoje os próprios atletas propiciaram melhores condições para alavancar a equipe. Ele lembra que na época, o grupo chegou a viajar para competir em outras cidades para participar de amistosos. Milson Netto e Thiago Leão: hóquei com histórias diferentes
“A vontade de voltar sempre existiu. Estamos com mais vontade e a experiência tornou mais fácil. A realização da Copa é uma prova dessa maturidade. Mudamos o nome porque tinha mais gente nova nessa formação”, explica Leão.
Com a realização da I Copa Nova Schin de Hóquei in Line, Thiago espera maior respeito e reconhecimento com o esporte, aspectos ideais para que ele ganhe popularidade e atraia novos membros. “E queremos, claro, vencer em casa”, diz, otimista.
Após a Copa, equipe se prepara para participar do Campeonato Brasileiro
O evento será realizado na mesma área onde o time Aracaju Fênix treina. Será montada toda a estrutura comum a qualquer evento esportivo sediado na orla de atalaia. A estimativa de público é de até mil pessoas. A entrada é gratuita. São esperadas as equipes dos outros três estados do nordeste onde o hóquei é praticado, que se revezarão em partidas nos dois dias.
A Confederação Brasileira oficializou a competição como copa aberta da região Nordeste e, confederados, os jogadores aracajuanos poderão participar da terceira divisão do Campeonato Brasileiro, que ocorre em São Paulo, no mês de setembro.
Por Diógenes de Souza e Kátia SusannaPortal Infonet no WhatsApp
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